Para além de Hogwarts

Então fomos convidados mais uma vez a entrar no mundo incrível de J.K Rowling. Mas desta vez acompanhamos uma história que antecedeu a chegada de Harry, Hermione, Rony e cia. Desta vez vamos juntos de Newt da Inglaterra para Nova York em uma missão peculiar e ainda numa época bastante complicada. Esse é Animais Fantásticos e onde habitam.

O livro intitulado "Animais Fantásticos e onde habitam" chegou ao conhecimento do público através da história de Harry Potter, em que essa obra foi usada por Hagrid no ano em que ele foi professor de Hogwarts. Sem muita pretensão de ser algo muito além disso, no entanto, depois do fim da publicação das histórias de Harry, foi lançada a edição de Animais e ficamos cientes do seu conteúdo e de algumas das aventuras de seu intrépido autor, Newt Scamander, um ex aluno de Hogwarts e membro da Lufa-Lufa, que por alguma razão foi expulso da escola, mas que parece ter uma facilidade e tanto em lidar com animais. (Lembra alguém?)
Com a inspiração vinda dessas criaturas mágicas incríveis, a nova história que está enchendo as salas de cinema atualmente, gira em torno de uma simpática aventura de Newt (Eddie Redmayne), incluindo o famoso bruxo das trevas Gellert Grindelwald (Johnny Deep) e uma viagem Ingalterra-Estados Unidos em plenos anos 30.

Fica claro, desde o início (logo depois de tocar aquela musiquinha que faz a gente voltar a ter 11 anos) que Newt é um pouco desajustado e que tem dificuldade de lidar com pessoas, especialmente depois que um incidente faz com que seu caminho se cruze ao de um trouxa ('não-maj'), Jacob (Dan Fogler), uma bruxa policial, Porpentina (Katherine Waterston) e sua irmã Queenie (Alison Sudol); já que alguns de seus animais mágicos fogem. Enquanto isso, o mundo mágico está sendo ameaçado de ser descoberto e uma guerra está prestes a acontecer, impulsionada pelas peripécias de um certo bruxo das trevas e depois que um ser misterioso está destruindo a cidade e colocando medo nas pessoas. No meio de disso tudo, Mary Lou (Samantha Morton), lidera um movimento anti-bruxaria que mais parece uma caça desenfreada pelos 'diferentes', a começar pelo seu filho adotivo Credence (Ezra Miller).
Assim, a história segue em duas situações paralelas, mas relacionadas, em que Newt procura pelos animais que escaparam, enquanto há um clima de guerra iminente entre mundos.

Livremente baseados em animais que conhecemos do nosso mundo, talvez essas criaturas sejam um dos pontos mais interessantes do filme, já que são ricamente feitas, com muitos detalhes e uma excelente inserção no longa, já que complementam a história quando necessário e se tornam o centro dela em momentos precisos. A fotografia segue a mesma estética dos filmes já idolatrados de Harry Potter, mas ganha um pouco de escuridão para sinalizar o período em que a história se passa. Salvo as cenas em que estamos dentro da mala de Newt, tudo parece um pouco desolado e sem muita esperança. Nem para os bruxos e nem para os trouxas. 
Com a direção de David Yates (que dirigiu os quatro últimos filmes de HP) e escrito pela própria J.K, Animais Fantásticos e onde habitam tem uma narrativa fácil e dócil, sem grandes viradas e nos poucos momentos em que isso ocorre, já são esperados. Isso porque os acontecimentos são bem elencados e não pretendem narrar uma história de inovação, apenas agradar o nosso lado saudosista por Harry Potter e o mundo incrível de bruxaria criados pela inglesa J.K. Também podemos dizer que esse filme é uma espécie de teste, uma vez que traz personagens novos, em uma ambientação nova e que não está diretamente ligada (pelo menos num primeiro momento) à história de Harry.

Um vídeo publicado por Ana Carolina (@mesadecafedamanha) em
Recheado de referências para os potterheads de plantão (e uma roupitcha à lá Doctor Who para quem curte), o filme atiça a curiosidade do espectador, não pelo enredo em si, mas porque vai mostrando um outro momento do mundo dos bruxos e brinca conosco através de referências à famílias, acontecimentos e personagens que nós compreendemos e lembramos, de modo que queremos saber mais! 
Também existem claros ganchos e detalhes que nos deixam questionando sobre o que virá, então eu imagino que teremos mais filmes da franquia vindos aí, assim como penso que seria bobagem apostar em toda essa ambientação e criação de personagens novos para que não fossem explorados mais à frente. Sendo assim, uma coisa é certa: Animais fantásticos é um presente, não só por ser um bálsamo para saudade, mas também porque é o primeiro passo para o aumento do universo narrativo cinematográfico de Harry Potter e tudo o mais que vai ver junto com isso! Já estamos ansiosos!
Pitacos: Como o bom filme de fantasia que o é, Animais Fantásticos e onde habitam brilha nas categorias técnicas e pede espaço para ser reconhecido. Concorrendo à duas estatuetas, é muito possível que leve a de Direção de Arte para casa, já que normalmente é um prêmio dado para complexos World Buildings.
Indicações: Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte

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