Sobre o Desapego


A verdade é que eu sempre fui desapegada. Nunca tive problemas em ir em frente, decidir o que eu queria e achava que tinha que ser feito. Também nunca tive problemas em encarar de frente situações desconhecidas e abraçar o mundo com os braços e as pernas. 
Sempre fui dessas pessoas que não se sente mal por deixar certas coisas para trás. Também sempre fui dessas pessoas que age individualmente, resolve o que tem que resolver e depois pede ajuda. Ou as vezes nem pede. Quando pede, é porque não ta conseguindo fazer o que tem que fazer sozinha.
Sendo dessa forma, nunca me apaguei à objetos, coisas, pessoas e lugares. Nunca me apaguei à destinos, problemas, dilemas e fotografias. Nunca me apaguei à amores, amizades e família.
Mas não me entenda mal. Não é que eu não dê valor a nenhuma dessas coisas. Muito pelo contrário. Valorizo. Sinto Saudades. Quero vê-los, tocá-los, beijá-los, revisitá-los e fazer parte das suas existências. Mas não me apego à necessidade de tê-los o tempo todo comigo. Também não me apego à ideia de deixar de fazer algo que eu sonho, que eu preciso e quero, por conta dessas partes.
Veja bem, o amor, para mim, não é sinônimo de apego. O amor é sinônimo de liberdade. Sabe? Bem ao estilo daquela frase "Dê asas para voar e dê razões para voltar". Então...
Olhando para trás, eu lembro quando esse blog se chamava "Skipping this town" (Fugindo dessa cidade) e eu basicamente nutria entre textos, devaneios, músicas e opiniões, essa vontade que eu sempre tive de me jogar no mundo. De conhecer o que ainda me era desconhecido, olhar as coisas de uma nova perspectiva e ir adiante, sem medo (mas na verdade morrendo de medo) de dar aquele salto.
Hoje, olhando para o presente, percebo que, como nunca me apeguei às 'coisas' (falando de modo bem genérico), nem acreditava que elas ainda fariam parte da minha vida daqui a um tempo. Sim, secretamente a gente espera que façam e que a gente não se arrependa do salto que deu, porque perdeu algumas coisas; mas provada o contrário, vi que aos amigos que eu me desapeguei, hoje valorizo muito mais, porque permanecem sendo meus amigos e seres que fazem parte constante de mim mesma.
Aos familiares que eu me desapeguei, hoje amo mais ainda e incondicionalmente, porque sinto mais saudades e os tenho comigo em cada passo dado e cada decisão tomada. Uma voz de consciência. Uma voz que me estimula. 
Aos problemas, negócios, lugares, sentimentos e dúvidas, hoje não os tenho mais, não os mesmo e nem sequer me lembro, porque passei a entender que eles todos estarão, de formas diferentes onde quer que eu vá, provando que a vida é desse jeito mesmo.
E assim, emociono-me em lembrar que ao mandar uma mensagem de 'saudades' para o meu pai, ele respondeu carinhosamente: "Muito filhota. Mas faz parte. Filhos, como eu já fui, são do mundo.". 
Seja bem-vinda ao mundo!
Seja bem-vindo, mundo!

Além do Sapatinho de Cristal

Cinderela conseguiu resgatar a delicadeza dos contos de fada disneyanos, através de uma versão meiga, repleta de ensinamentos e dando ênfase naquilo que há de mais precioso na simbologia dessa personagem: sua bondade.

Há algum tempo temos visto uma tendência na produção de filmes em live action, baseadas em contos de fada, tentando vestí-los com uma roupa mais sombria e, talvez, mais contemporânea, querendo criar uma suposta imagem um tanto quanto "adequada" para ir de encontro com o desenho padrão disneyano. Aquele que, quando você pensa nas histórias relativas ao Era uma vez, vem logo na sua cabeça. 
Como falei diversas vezes aqui no mesa, tal tendência pode ser explicada de diversos modos, assim como interpretada de diversas maneiras, como aquele que abordei em meu trabalho de conclusão de curso, falando que essas reinterpretações seriam um reflexo identitário e social, onde nós, não mais precisaríamos dos ensinamentos contidos nesses contos, uma vez que eles não seriam mais a nossa fonte de modus operandi social (saiba mais sobre o meu TCC aqui). Esse movimento é observado, não apenas no cinema, mas em livros, na TV, nas artes visuais e até mesmo na forma como a própria Disney tem se reconfigurado, a partir, por exemplo, da campanha "I'm a Princess", que entra em seu terceiro ano.

Porém, ao aderir à tais tendências ou demandas, de acordo com a forma a qual você interpreta, a Disney acabou errando a mão e produzindo o mal sucedido, "Malévola", que ao invés de dar um clima único é uma 'nova' interpretação a uma narrativa por muitos considerada ultrapassada (faz me rir com essa palavra) acabou por transformar uma vilã (divônica) em uma rala intepretacão de falsa bondade. Logo, não precisamos dizer que assim eles repensaram a posição e agora saíram com uma versão atualizada, porém que mantém as mesmas crenças daquela de 1950, mas claro, com ares pertencentes à toda filosofia da dita campanha, "I'm a Princess".
Nesta versão somos ambientados a uma reino tipicamente Inglês, bem ao estilo Austeniano, onde o clima bucólico, animais por todos os lados, um dia a dia pacato de leitura, conversa, costura e afazeres domésticos são a tônica. Cinderella (Lily James) chama-se Ella e enquanto cresce na companhia de seus pais e no âmbito de um lar perfeito, vai se tornando uma moça generosa, boa, corajosa e fiel aos seus valores. Como tal, nem mesmo quando perde a mãe (Hayley Atwell), seu pai (Ben Chaplin) se casa com Madame Tremaine (Cate Blanchett) e ele acaba morrendo, as suas características se perdem. Interessante, inclusive, perceber como nós, inconscientemente pensamos em formas de revidarmos o comportamento maldoso da Madrasta, enquanto Ella se foca em continuar sendo generosa. Pois é justamente por se manter crente em seus princípios que Ella é recompensada diversas vezes, seja pela amizade fiel de seus amigos animais, seja pela aparição de uma Fada Madrinha (Helena Bonham Carter), assim como são suas características que fazem com que o Príncipe Kit (Richard Madden) se encante perdidamente.

Talvez se pensássemos que se trata de uma história 'ultrapassada', tal comportamento de Ella não nos causasse tanto incômodo, já que teríamos em mente que não é relacionável, só que ao contrário, ficamos consecutivas vezes pensando se no lugar dela agiríamos com tal delicadeza, ou se 'chutaríamos o pau da barraca' de uma vez, sendo assim passo a me questionar se ao ficarmos tão mexidos com isso, não estaríamos nós, repercebendo a tal da moral da história? Relacionando-a nossa própria vida, quantas vezes precisamos engolir sapo e tantas outras que pensamos em vingança?
Sim, porque entre figurinos belíssimos e ambientações verdadeiramente mágicas, existe uma expectativa de que ela encontre a felicidade, acima de qualquer coisa. Novamente torcemos para que o bem vença, mas não apenas por que é o bem, mas porque conquistou o seu próprio final feliz, sempre acreditando.
E sim, como uma empresa que é, toda essa readaptação das versões feitas pela Disney em animação são uma jogada, que num artigo científico eu chamei de Metasimbologia, onde ela usa do seu próprio arcabouço imagético para criar novas imagens referentes a si mesmo, criando uma cadeia que sempre fala de si e sempre retoma para si; mesmo assim, não é possível, simplesmente descartar o quanto imergimos nesses personagens bem mais complexos, incrivelmente humanos, mas verdadeiramente mágicos.
Então Disney, não deixe de ser quem você é. Sua assinatura que te faz especial. Have courage and be kind.

P.S - O Curta Metragem Frozen - Febre Congelante é uma graça.
P.S² - Mal posso esperar para ver como serão as próximas adaptações live action disneyanas.

Antes tarde

Do que não comemorar o 6º aniversário do Mesa de Café da Manhã. Pois é...sexto ano no ar e dono de um arquivo com infinitos pensamentos, devaneios e opiniões sobre tudo que me encanta, me move e me transforma frequentemente. 
Não ia postar nada sobre o aniversário do Mesa, mais porque estava sem ideia do que postar, do que por outra coisa, mas ai veio a luz no fim do túnel, que foi o post de aniversário do blog Inverno de 1996, da blogueira amiga Monique, que compartilhou com os seus leitores 5 curiosidades sobre o seu blog. Bom, achei a ideia tão legal, que resolvi trazer pra cá e compartilhar com vocês, 5 curiosidades sobre o Mesa. Então senta aí, que vou te servir esse expresso.


1 - Como resolvi começar o blog
Sabe como são as coisas, né?! Você começa a faculdade e pensa sobre as diferentes coisas que estão acontecendo na sua vida, também pensa no que gostaria de compartilhar com o mundo e tal...daí veio a necessidade de ter um lugar para descarregar parte dessa energia criativa e pensante. Assim nasceu o Skipping This Town.

2 - Quais outros nomes que o Mesa já teve?
Bom, só pra vocês terem uma ideia, teve uma época que eu mantinha dois blogs diferentes, justamente porque o Skipping this town era pessoal e o Arquivo de Escritos era mais direcionados para os meus escritos, como crônicas, resenhas, redações e etc. Depois juntei os dois blogs e nasceu o Breakfast at Olivias, mas percebi que era muito difícil escrever breakfastatoliviasa na barra de endereços e que as pessoas teriam dificuldade de encontrar pelo nome. Então...pensei na tradução e resolvi ficar com algo similar ao antigo nome: Mesa de Café da Manhã.

3 - De onde veio o nome?
Mesa de Café da Manhã é um 'sinônimo' da tradução de Breakfast at Olivias, que seria Café da Manhã na Olívia, que veio da junção do filme Breakfast at Tiffanys (Bonequinha de Luxo) e do título da minha primeira saga literária, A Irmandade das Olívias. Achei que a tradução propriamente dita, do nome que antes tinha, ia ficar meio estranha, então Mesa acabou encaixando perfeitamente.

4 - Quais as maiores inspirações pro blog?
Basicamente o mundo audiovisual é o que mais me inspira. Músicas, filmes, séries, videoclipes, novelas, fotografias, tumblrs, outros blogs e por aí vai. Tenho uma queda em formato de precipício pelo Retrô e Vintage. Adoro sites que trazem textos reflexivos e que opinam sobre comportamento e relações humanas. Também busco muita inspiração em viagens.

5 - Qual o post mais visitado? E o menos visitado?
De toda a história do blog, o post mais visitado foi o Então eu sou uma Amélia, que é uma reflexão sobre o feminismo na contemporaneidade e como algumas bandeiras em defesa das mulheres estão sendo usadas com fins sensacionalistas e exibicionistas. O menos visitado foi Cortejo, um texto de reflexão sobre a conquista e como a arte de cortejar alguém todos os dias parece não existir mais.

Vozes de Panem

Não pense você que, só porque "Jogos Vorazes - A Esperança 2" está em banho maria que a divulgação deu uma acalmada. Na verdade, fiquei surpresa ao passear por alguns sites da franquia e descobrir o site oficial da Capital. Fiquei fascinada com uma parte do site chamada "Seja ouvido", onde nós, meros moradores de Panem, podemos deixar mensagens de apoio à Panem e à sua estrutura política. Tirei um tempo para navegar pelas mensagens, que são divididas nas categorias: Triunfar, Cultivar e Proteção, todas elas são mensagens favoráveis ao governo de Snow e todas elas são direcionadas a um público com um estilão de comunicação institucional. Além disso, todas as mensagens são "certificadas pelo Ministério de Informação da Capital", o que dá ainda mais ênfase a noção de que se trata de uma ação governamental. O site é uma lindeza, todo interativo e com uns detalhes super interessantes, bem como vimos na divulgação durante o ano passado.



Além dessa parte à lá ouvidoria, a Capital preparou uma série de cinco episódios, disponíveis gratuitamente no youtube para você assistir quantas vezes quiser, chamada de "Vozes dos Distritos", onde acompanhamos o dia a dia de cinco distritos e suas funções, o 6 (transportes), o 9 (grãos), o 5 (energia), o 2 (alvenaria), e o 8 (têxteis). Uma verdadeira propaganda, como merece ser feita, usando como inspiração direta a ideia de guerra midiática, inserida nos livros de Suzanne Collins. O lema "Ame seu trabalho. Seja orgulhoso de suas funções" ecoa como uma palavra de ordem, sendo o foco claro dessa série.

Agente de transformação

Desde que a Disney comprou a Marvel, ela tem buscado formas de conseguir expandir cada vez mais os lucros. Uma dessas formas, é resgatando persoangens que tinham ficado na geladeira, além de inserir personagens que eram considerados secundários (e até terciários), dando-os chance para que se tornem protagonistas de suas próprias histórias. É o caso da série Agent Carter.

A década é a lindoza 40. Acabou de terminar a segunda guerra mundial e também o Capitão América foi dado como morto, depois da sua proeza para salvar o mundo (retratada no final do primeiro filme do herói), Peggy Carter (Hayley Atwell), que foi o grande amor da vida de Steve (Chris Evans), continua trabalhando para a inteligência internacional, porém as coisas não estão mais tão interessantes como eram durante a 2ª Guerra.
Para começo de conversa, Peggy tem que lidar com as indiretas machistas de seus colegas de trabalho, como Agent Thompson (Chad Michael Murray), Agent Dooley (Shea Whigham), entre outros, que acham que lugar de mulher é na secretaria ou como telefonista. Depois, a quantidade de trabalhos depois do fim da guerra reduziu substancialmente, o que a leva a passar seus dias, basicamente, num escritório. 
Ávida por se envolver em novas aventuras, Peggy aceita ajudar Howard Stark (Dominic Cooper) a provar sua inocência, uma vez que ele está sendo acusado em vender armas militares para as forças russas. A partir dai, com a ajuda do mordomo Jarvis (James D'Arcy), Agent Carter está de volta a ativa.

Ao contrário do que você, principalmente se é do sexo masculino, pode vir a pensar, Agent Carter está longe de ser uma série de 'mulherzinha' (no sentido mais prejorativo da palavra) e é, na verdade, uma história que parte de um plot bem interessante para fazer diversas críticas ao comportamente machista da sociedade, sem trazer aquelas bandeiras feministas de panela e, de fato, enfatizando os principios do que é ser feminista. Ou seja, não pense você que vai assistir Agent Carter e se livrar do assunto: de pensar sobre como tem tratado as mulheres e como você tem sido tratada no mundo. 
Interessante que, em nenhum momento Peggy faz alarde por estar sendo injustiçada ou tratada com menos importância por ser uma mulher. Ela, não só usa o seu gênero ao seu favor, como também encara de frente o comportamento dos seus colegas de trabalho com bastante elegância, dando o troco de outras formas. Nesse sentido, Agent Carter me lembra bastante Bomb Girls.
A série conta com um requintado figurino, cenografia e direção de arte, que levam a gente a navegar pelo final dos anos 40, com toda a sua atmosfera de sobre-aviso constante, ao mesmo tempo que nos deparamos com essas personagens incríveis que tiveram que colocar calças para trabalhar, mas com a volta dos homens das trincheiras, perderam seus empregos, ou foram rebaixadas a empregos inferiores, os quais recebem menos do que os homens.

Além do aspecto feminista trazido fortemente a tona pela série, você se encanta profundamente com a perspicácia da personagem principal e seu fiel assistente, além de se admirar com a destreza da moça com as mais diversas ferramentas, armas e charadas.
Ao final, é bom ter uma protagonista linda, mas que não parece ter sido tirada de uma capa de revista. Independente, auto-confiante e que passa a segurança de ser quem é, acima das provações que são colocadas sobre si, muitas delas partindo de si mesma. Uma verdadeira mulher.
Agora é torcer para que a série faça seu nome e que continue no ar. As mulheres precisam de uma série inspirada em uma heroína, para variar e também mostrar que somos tão fãs, apreciadoras e parte desse universo quanto qualquer homem. 

Café para ouvir #1

Então, acontece o seguinte, enrte as muitas coisas que enchem a minha vida e preenchem o meu ser, a música ocupa um lugar privilegiado de completa imersão, companhia e detox da vida. Fora que conhecer cantores novos, músicas diferentes e tudo isso junto é algo que eu, simplesmente adoro fazer!
Sendo assim, resolvi abrir uma sessão aqui no Mesa chamado "Café para ouvir", onde, em cada novo post, vou indicar 10 musiquinhas para vocês. Algumas são músicas que estão constantemente na minha playlist pessoal, outras que acabaram de entrar e muitas outras que eu coloco para experimentar.
Também quero aproveitar para deixar você, pessoa que senta a Mesa junto comigo sempre que pode, para me mandar a sua playlist também. Vamos divulgar por aqui e colocar o seu nome. Então se você tem interesse em participar, basta colocar a sua lista aqui nos comentários, ou mandar um inbox pra fanpage do blog.
Então vamos lá?

A playlist desse mês inclui três músicas que eu estou simplesmente viciada, três que não saem da minha playlist da vida, duas novas de cantores que eu gosto e duas para experimentar. Confira a lista completa:
01 - Anything, Anything - Dramarama (playlist da vida)
02 - Style - Taylor Swift (nova de cantor que eu gosto)
03 - Littlest Things - Lily Allen (viciada)
04 - Gravity - Sara Bareilles (playlist da vida)
05 - Latch - Sam Smith (viciada)
06 - I'm a ruin - Marina and the Diamonds (nova de cantor que eu gosto)
07 - De todos os loucos do mundo - Clarice Falcão (experimenta)
08 - Stay out - Nina Nesbitt (playlist da vida)
09 - Cheia de manias - Amplexos (experimenta)
10 - Teach me how to shuffle - DJ Roc (viciada)

Dá o play:

That's life kind of movie

Segundo filme assistido da minha lista do 15 filmes mais esperados para o 1º semestre de 2015, a comédia romântica Love, Rosie, é baseada no livro "Where Rainbows End" (Onde terminam os arco-íris) de Cecelia Ahern (que também escreveu P.S I love you) e, apesar de seu mote clichê, tem uma pegada de "That's life", que te arrebata pela delicadeza da relação entre os protagonistas e ainda consegue fazer a gente acreditar um pouco no amor.

Tá, você já deve ter uma noção da história que vai ser contada nesse filme, né?! Se não, deixa só eu começar, que você vai logo adivinhar o plot inteiro, saber até como terminar e posso até supor que em algumas partes você vai querer, simplesmente, rolar os seus olhos. Bom, como eu sempre digo, não é o final que interessa e sim todo o caminho que se percorre para que ele chegue a este ponto, fato bastante provado por esta simpática história de amor, amizade e vida.
Pois é, você já viu histórias assim em clássicos da comédia romântica, como "O casamento do meu melhor amigo", "O melhor amigo da noiva", "Once" e assim vai por diante...mas vamos lá: Rosie (Lily Collins S2) e Alex (Sam Claflin) são melhores amigos desde que conseguem se lembrar. Por isso mesmo, vivem naquela fina linha que divide relacionamentos românticos de relacionamentos fraternais, sendo óbvio, que eles, na verdade, sempre estiveram perdidamente apaixonados um pelo outro.
Assim sendo, acompanhamos cerca de 12 anos de suas vidas, em que, com a ajuda de um terrível timing, escolhas erradas, pedras no caminho, romances com outrem, filhos, carreira, faculdade e muito mais, eles continuam se desencontrando e se perdendo um do outro. Nós, meros espectadores, passamos o tempo todo com a inocente expectativa de que eles fiquem juntos no final. Eu inclusive, mesmo que isso signifique passar por cima de certos princípios, como o meu, de acreditar que é possível uma relação verdadeira de amizade entre um homem e uma mulher, a qual não role interesse romântico. 
Mas no caso desse filme, ao perceber que tudo gira em torno de ciclos (vou denominar essa parte desta forma, para não dar spoiler para ninguém), a gente fica certo de que a afirmação que eu fiz acima, como sendo uma crença particular minha, não é a mesma do autor/roteirista/diretor da história. Também vemos, nessa mesma noção de ciclos, que perdemos uma quantidade absurda de tempo, quando não falamos exatamente o que sentimos.

Na verdade, se for se parar para pensar, esse é o grande mote da película, que, na verdade, ressalta o quanto ficamos reféns de achar que as coisas vão, simplesmente, dar certo e sair do jeito que planejamos. Ao invés de seguir em frente, abrir o coração e colocar para fora nossas sensações, medos e sentimentos mais reais. Apesar de Rosie e Alex serem confidentes e contarem sobre diversas questões, eles tinham muita dificuldade de se abrir sobre a única questão que realmente importava aqui: "Eu te amo".

Sim, é água com açúcar, sim, não tem nada de extraordinário. Sim, faz a gente sonhar em encontrar um amor assim...imperfeito, mas verdadeiro.
P.S - A trilha sonora é uma delícia!

Love, Rosie integra a minha lista de 24 filmes para 2015 do Blogs que Interagem, na categoria Baseado em Livro.

Mulheres de Austen


Jane (Keri Russell) sempre foi fascinada pelo mundo retratado nos livros de Jane Austen. Ela sempre sonhou em encontrar um Mr. Darcy para chamar de seu, viver usando aqueles belíssimos vestidos, se sentir cortejada, amada e...bem...feliz. Então, com uma inédita chance de viver esse sonho, Jane se prepara e embarca para Inglaterra, rumo a uma enorme mansão chamada "Austenland", onde, cercada por atores e uma vida criada, Jane é transportada para as páginas dos livros de Jane Austen e conhece o seu próprio Mr. Darcy. Mesmo que as coisas não sejam exatamente do jeito que ela esperava.

Bom, com esse plot inicial, deu pra ver que "Austenland" é o tipo do filme que deixa, principalmente, as moças de plantão, suspirantes e desejosas de passar quinze dias como a personagem do filme e terminar a sua estadia sendo pedida em casamento pelo homem dos seus sonhos. Mas se você pensa que vai se deparar com uma história que já começa o filme e você sabe o final, você se engana! Existem alguns plot twists ao longo dele, que servem pra gente manter a atenção e ao mesmo tempo perceber que nem tudo é o que parece, mesmo em comédias românticas.
Também, se você procura por uma releitura dos romances de Austen, propriamente ditos, então esqueça isso. O filme é, verdadeiramente, uma história livre, que usa do mundo criado pela autora britânica para, não só satisfazer os fãs de plantão, mas também para fazer uma sutil crítica àqueles que vivem de fantasias e acabam esquecendo de viver a sua própria vida.

Essa questão, inclusive, é amplamente tratada na história, onde fantasia x realidade se degladiam longamente, até resultarem em uma interessante mistura que faz muito sentido no filme. Os sentidos do que acreditamos por ser verdade e fantasia, assim como os dos personagens vão se perdendo ou mudando ao longo do filme, de forma que o torna mais interessante do que dispensável.
Keri, que eu já conhecia de alguns trabalhos anteriores (O som do coração, Felicity e Um faz de conta que acontece), continua me dando a impressão de sempre faz o mesmo estilo de personagens. Normalmente são mulheres decididas, sonhadoras, inteligentes e orgulhosas de serem o que são. Não me surpreendeu em nada que ao longo da história eu me deparasse com algumas referências diretas à algumas personagens de Austen, justamente pela forma como a sua personagem é direcionada para nós. 
Ao fim, não existe nada de realmente extraordinário em "Austenland", mas diverte bastante e faz a gente pensar se não somos uma dessas mulheres de Austen que só estão a procura do seu lugar e do seu amor no mundo.

Mais um filme para a minha lista de 24 filmes para 2015, da blogagem coletiva do Blogs que Interagem. Este filme está na categoria Viagem.

Assistindo em um clique


Então, você provavelmente entende o que é "TV on Demand". Se não, deixa eu te dizer que o conceito de TV on Demand diz respeito a uma espécie de transmissão que você pode escolher o que quer ver, a hora que quiser e em diversas plataformas, sejam elas móveis (laptop, tablet, celular...) ou fixas (como a própria televisão). 
De fato, a TV on Demand é o must do momento, sendo facilitado pelo barateamento da internet e também pelo próprio barateamento dos serviços desse tipo, que podem cobrar por filme/série, ou por mês, uma taxa fixa para você ter acesso a tudo. Claro que também existem os serviços gratuitos, que garantem o dinheiro de outra forma, como anúncios, e outros que tem uma proposta muito mais de coletivo, que propriamente como uma empresa que lucre diretamente com isso.
Particularmente, a "TV on Demand" acabou se tornando uma espécie de ferramenta de trabalho pra mim, que muitas vezes preciso assistir algo 'imediatamente' e não tenho tempo de ficar zapeando canais a procura. Também por conta do próprio Mesa que tem um conteúdo mais direcionado ao audiovisual, o que me dá diversas opções de busca.
Ok, mas esse post não é publipost e nem tem a intenção de fazer você aderir a uma dessas ferramentas. Na verdade, a minha ideia com ele é a de ressaltar os prós e os contras desses serviços e te dar algumas dicas (gratuitas e pagas) de alguns deles. 

Prós:
1 - Você pode escolher o que quer ver e a hora que quiser ver.
2 - Normalmente são pacotes de serviços que funcionam em multi-plataformas, o que significa que você pode ver em diversos aparelhos, muitas vezes pagando um preço só.
3 - Você decide a língua que quer ver, sendo que alguns serviços também oferecem variadas opções de legendas. É uma ótima opção, assim, para você treinar um língua que você ainda esteja estudando, ao mesmo tempo em que exercita outra, por exemplo, o que eu faço muito é assistir a um filme em inglês e colocar a legenda em francês.
4 - Existem muitas opções gratuitas.
5 - Tem conteúdo para todos os gostos e idades, assim sendo você não se sente refém a um tipo de filme e nem a uma grade de programação fechada.
6 - Você não vai precisar lotar a memória do seu pc com filmes e séries, porque pode ver tudo online, quando quiser.

Contras:
1 - Normalmente são serviços que exigem uma internet minimamente boa (pelo menos, uns 10MB por mês) pra você não ficar sofrendo com ele travando o tempo todo, ou com um carregamento que demora o dobro do tempo do filme.
2 - Nem todos os serviços tem legendas em todas as línguas (é possível que alguns que você encontre pelo caminho tenham, por exemplo, apenas as legendas na língua do próprio filme).
3 - Nem todos tem conteúdos que pagam royalts aos detentores dos direitos. Para você, que é consumidor, pode ser que não seja um problema, mas para quem vive disso, é sim...
4 - Os que pagam royalts e todos os direitos aos detentores da película, normalmente demoram mais para disponibilizar conteúdos mais recentes. 

Atualmente existem diversos serviços e de diversos tipos espalhados por aí. Aqui estão algumas opções (clique no nome para ser levado ao site):


Provavelmente o mais conhecido, o Netflix atualmente tem uma fatia considerável do mercado On Demand, justamente porque tem preços populares (R$17,00 por mês) e uma enorme gama de opções, não só de filmes e séries, mas de novelas, shows, stand-ups e etc. O bom do serviço, é que você pode experimentá-lo por um mês de forma gratuita. 

Serviço da rede de Telecine, presente online e na TV a Cabo, que oferece os mesmo filmes que estão na sua grade de programação para serem assistidos por um determinado período de tempo. Eles normalmente cobram por filme, oferecendo alguns gratuitos, caso você pague por um pacote superior ao básico na sua TV a Cabo. Cada filme custa, em média R$9,00. O interessante desse serviço é possibilidade de contratar no controle remoto, sem a necessidade de uma internet pra isso.

Você não leu errado! O Youtube também entrou na vibe do On Demand, basta você digitar o nome do filme que quer ver, que uma opção com um valor aparece. Ele não tem TODOS os filmes do mundo, mas já está com um catálago bastante generoso. No sistema do Youtube, você paga por filme, mas assiste em alta qualidade e ainda tem a oportunidade de assistir outras vezes, por um período de tempo determinado. Cada filme custa, em média R$5,00.

É um site, destinado a downloads de séries e filmes, gratuito, o qual você também pode assistir online. O Melhor da Telona tem um diferencial interessante, porque é um site organizado e sobe produtos com boa qualidade, para se manter assim, ele usa bastante anúncios, então se você acessa, tenha em mente que janelas podem ser abertas, sem que você tenha visto. É um site que aceita doações dos seus usuários. O que eu gosto muito nesse site, é que eles tem acesso a diversos filmes franceses, koreanos e brasileiros.

Também um site, com características parecidas com as d'O Melhor da Telona, a diferença é que você não faz download por ele. Normalmente eles tem um conteúdo bastante atualizado e mantem todos os produtos em, pelo menos, 3 hospedeiros diferentes, o que faz com que, se um link expirar, você tenha outras opções para assistir. Também é um site que vive de doações e anúncios (muitos anúncios).

O Crackle oferece um catálago bastante variado (porém não tão extenso quanto o Netflix) de filmes e séries. Nele você acessa a tudo gratuitamente, com uma boa qualidade e sem aquela tempestade de propagandas. O Crackle é uma ótima opção para quem está começando no mundo On Demand e quer ver como funciona, sem gastar um tostão.

Meu atual queridinho, o Popcorn Time é, na verdade, um aplicativo que você baixa tanto para o computador, quanto para outros vários equipamentos eletrônicos. Nele você tem acesso a uma vastidão de filmes e séries, que são atualizados diariamente e tudo por um coletivo de pessoas que fazem isso sem te cobrar por e ainda sem propagandas desvairadas. O Popcorn time requer uma boa internet, porque ele vai baixando os dados em blocos para você assistir, logo se a internet estiver fraca, vai demorar bastante. O bom nesse serviço é que eles usam torrents já disponíveis na web, o que não compromete o serviço deles.

Espero que as dicas tenham ajudado e que você me conte o que acha desse tipo de serviço? Já usou algum deles? Conhece outros que eu não citei?

Sobre falsas competições*


Isso aqui nunca foi uma competição. Pelo menos não para ela e to achando que também nunca foi uma para você. Mas foi isso que aconteceu. Foi o que eu me peguei percebendo que aconteceu. Justamente porque ela saiu perdendo. Perdendo sem ter podido competir.
Principalmente nessa coisa tão valorizada, que se chama auto-confiança. Sabe, um tipo de sentimento bem parecido com o de auto-estima, se encontrando com a sensação de felicidade sem qualquer motivo aparentemente consumado, daquele ponto que te faz ter a plena certeza de que você e capaz de tudo. 
Você já se sentiu assim?
Ela já.
Mas faz tempo.
E enquanto conversavam, enquanto trocavam ideias e enquanto você a fazia sentir como se ela fosse, verdadeiramente, interessante, ela se sentia auto-confiante. De verdade, mesmo! Daquele tipo de pessoa que você não vê as horas passarem, só para se ter algum tempo para saber como o dia dela foi. Saber se algo de bom alimentou ainda mais as ideias malucas dela sobre o mundo, sobre a natureza e sobre o amor pela 7a arte.
Sim, nunca se tratou de uma competição, mas para o seu azar você realmente não vai descobrir que a bebida favorita dela é Whisky com coca cola. Que o presente que ela sempre quis ganhar são balões coloridos e voadores. Também não vai saber como ela gosta de pipoca com cerveja, vendo um filme que passe de madrugada, enquanto se embrulha com a manta do sofá, deixando tudo aquilo uma bagunça, que ela só vai organizar no dia seguinte. Você também não vai descobrir como ela gosta de rir das coisas mais bestas e que por isso mesmo basta uma boba piada, como a do pintinho que só tinha uma perna, foi caminhar e hahahahaha... 
Então é isso ai, ela perdeu, perdeu uma competição que nem sabia que estava participando. Perdeu uma competição que nem você parece saber que ela estava dentro. Ou, talvez, só quisesse estar querendo participar.
É mesmo assim, ela perdeu algo que nunca foi dela, para começo de conversa, tudo porque acreditava, ainda, que seria possível veres ali, algo que ela mesma tem dificuldade em ver. Na esperança de que pudesses escrever sobre o seu sorriso, sobre a forma como o cheiro do cabelo dela é mais gostoso que Whisky e coca-cola, apesar de você nunca ter entendido o meu, digo, o fascínio dela sobre essa combinação.
Vai um pouco da vontade de acreditar que as coisas mais banais que ela faz, se tornassem inebriantes para você. Mas parece que não, pois assim como ela pensou que você se tratava de alguém que valesse a pena, você não a considerou alguém que valesse a pena dar um salto de fé, de confiança. Ledo engano...
Mas você também perdeu. Que isso fique bem claro!
E pode até ser que ela pense em você como uma das pessoas mais interessantes que ela conheceu, mas eu fui a pessoa mais interessante que você não teve a chance de conhecer...Ou ela...já que o eu verdadeiro ficou em segundo lugar numa falsa competição, voltando para casa com alguns balões, comprados por mim mesma...

*Texto inspirado nos belíssimos de Célio, chamados "Um texto sobre batalhas" e "Ela quer alguém". Curta a fanpage A Copy of Me

Filmes que inspiram - Mulheres

Em 2013 eu fiz um texto em comemoração ao dia das mulheres, focando em alguns dos aspectos mais interessantes do que é ser mulher e como existem tantas de nós mostrando toda a nossa complexidade como pessoa pensante, atuante, amante e (sub)existente. Este ano decidi fazer uma coisa diferente e trazer para vocês uma seleção de personagens que resignificam o que é ser mulher e que nos inspiram todos os dias.
São filmes sobre mulheres reais, delicadas, intensas, verdadeiras, confiáveis e inspiradoras. Espero que gostem.

1 - Jogo de Cena 

Um documentário que mistura elementos ficcionais, sob a batuta do maestro Eduardo Coutinho. Esse filme trata de diversas histórias de mulheres reais e que surpreendem pela sutileza, ao mesmo tempo intensidade de cada uma delas. O interessante, é o jogo que ele faz entre as reais donas da história e a versão contada pelas atrizes. Fascinante. Assista ele completo aqui.

2 - O sorriso de Monalisa

Considerado a versão feminina de "A Sociedade dos Poetas Mortos", essa película conta a história de Katherine Watson, uma mulher a frente do seu tempo que resolve lecionar na mais prestigiada escola para mulheres dos Estados Unidos. Lá, ela bate de frente com certos princípios pré-determinados da escola e ainda toca profundamente a vida de suas alunas, além de ter a sua vida mudada por elas. Veja algumas das citações do filme aqui. Veja o filme aqui.

3 - Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento

Outro filme com Julia Roberts como protagonista, Erin é uma mulher que consegue ganhar um processo de 333 milhões de dólares de indenização por causa de uma contaminação de água. Inspirado em uma história real, Erin Brockovich deu o Oscar de melhor atriz para Julia Roberts e ainda o Globo de Ouro, Bafta e Guilde Awards. Assista ele completo aqui.

4 - Amor e Inocência

Com Anne Hathaway, esse filme conta a história de Jane Austen e o percurso que ela fez para se tornar A Jane Austen. Como uma das mais influentes escritoras da história, Austen precisou abdicar de um amor para que pudesse, tanto viver o seu próprio sonho, quanto para deixar o seu amado seguir a sua vida. É um filme sobre amor, mas também sobre auto-descoberta. Assista dublado aqui.

5 - Pequena Miss Sunshine

É apenas uma garotinha, mas é na mais terna idade que a fofa Olive mostra verdadeiras lições de aceitar as diferenças, nunca desistir e acreditar nos seus próprios sonhos. Assista aqui.

6 - Escritores da Liberdade

Mais um filme sobre a figura de uma docente. Dessa vez é Hilary Swank quem interpreta Erin Gruwel, uma mulher de verdade, que ao ter a oportunidade de dar aula na periferia não se acovarda e aceita o desafio de mostrar um novo mundo para os seus alunos, ao mesmo tempo que os estimula a escrever suas próprias histórias e pensar 'fora da caixa'. Assista aqui.

7 - Menina de Ouro

Uma mulher que sempre viveu no ostracismo, sonha em ser uma campeã dos ringues. Indo contra todas as pré-concepções e todas as propabilidades, Maggie se torna uma referência do boxe, conseguindo mudar de vida completamente. Até que um acidente, durante uma das lutas, muda completamente o rumo da sua história. Assista aqui.

8 - Brooke Ellison 

Dirigido pelo eterno Superman, esse filme conta a história de uma garota, Brooke, que viveu desde pequena em uma cadeira de rodas. Sendo tetraplégica, o enredo gira em torno da lição de superação e, principalmente, força de vontade de Brooke em ser mais do que uma garota com tetraplegia. Assista aqui.

9 - Frida

Poucas pessoas tem noção do quanto a vida de Kahlo foi complicada. Este filme mostra como a relação de Frida com Diego foi intesa e como as doenças e problemas físico vividos pela artista a atingiam de forma dolorida, triste, porém verdadeiramente inspiradora. Assista aqui.

10 - Piaf - um hino de amor

Mais um biográfico para a lista, Piaf foi lindamente interpretada por Marion Cotillard. O filme conta a história da cantora francesa desde sua infância até seu leito de morte. Como todas as mulheres que integram essa lista, Piaf viveu uma vida intensa e sem medo de ser feliz. Assista aqui.

Você tem outro filme para indicar? Comente aqui, ou poste na nossa fanpage.

L'imaginaire est unique

Com uma fotografia primorosa, figurinos de tirar o fôlego e cenografia encantadora, a versão francesa mais recente de "A Bela a e a Fera",  La Belle et La Bête mostra outros aspectos da história atemporal de amor e ainda se deixa influenciar por algumas das características mais primordiais e belas dos Contos de Fada.

Bom, se você acompanha minimamente o Mesa, deve saber que além de grande admiradora e entustiasta dos Contos de Fada, também me dedico a estudar o tema, dentro das mais diversas frentes, como Psicanálise, Filosofia, Antropologia, Artes e, claro, Comunicação. Como tal, sempre estou procurando novidades e 'novas' versões e interpretações sobre estas histórias. Foi assim que fiquei sabendo que La Belle et La Bête estava sendo produzido e divulguei aqui, sobre a sua arte conceitual. Então é oficial dizer que eu acompanhei todos os passos do filme, até a sua estréia, no entanto me recusei de ir vê-lo no cinema, pois nas salas locais só trouxeram cópias dubladas. 
Assim começou a minha busca por uma cópia de qualidade e legendada (e bem legendada) que pudesse me colocar dentro dessa história que eu tanto amo! Com esta missão cumprida, consegui assistir ao belo, majestoso e fantasioso filme.
Importante ressaltar dois aspectos aqui, os quais penso sendo primordiais para que você, caso venha a se interessar pela película, tenha em mente: 1 - O filme é baseado nos contos clássicos de "A Bela e a Fera" e não na versão Disneyana de 1992. Logo, não pense você que vai se deparar com uma versão live action da animação, ou que vai encontrar Lumiére, Miss Pops e companhia.* // 2 - O filme tem uma proposta muito diferente do que você talvez esteja acostumado, uma vez que prima por ressaltar os aspectos fantasiosos e incríveis dessa história, supondo que, de fato se passa em um período verossímel. Ou seja, uma verdadeira heterotopia!

Passando por isso, fica mais fácil assimilar as diversas 'diferenças', por assim dizer, trazidas no filme, tanto com o seu começo peculiar, quanto com os caminhos que são tomados pelos personagens e que levam a Belle (Léa Seydoux) e a Fera (Vincent Cassel) se encontrarem. Em todos esses enlaces o elemento mágico está presente, inclusive sendo a explicação (bastante lógica, pelo estilo da narrativa) pelos eventos que se seguem, o que também engloba a própria bestificação do homem, por este não ter sido forte o suficiente para lutar contra suas mais ralas ambições e vaidades.
Relevante ressaltar, que além do famoso "ver além da capa", que parece nortear o mote da história de "A Bela e a Fera", também nos deparamos com algumas das questões mais íntimas e 'obscuras' de um ser humano, que são as suas obcessões, seus medos, suas ambições, sua luxúria e sua determinação. Tais sentimentos/impulsos rodeiam toda a realidade da Fera e a paixão que Belle passa a desenvolver pelo ser. Tais questões também são responsáveis pela construção de uma Besta (fera) que está muito mais relacionada à ferocidade e institividade, do que, de fato, feiura. Essa pequena, porém significativa característica, é muito bem trabalhada no filme, nos demonstrando que, segundo esta versão, para nos tornarmos, verdadeiramente humanos, precisamos nos desfazer do lado animal (besta) e todos os seus impulsos.
Embebidos de influências das mitologias, o que inclui a aparição de ninfas, fadas e deuses da natureza, La Belle et La Bête, ao contrário do que você pode estar pensando, não é um filme para crianças, porque mesmo que tenha como pano de fundo uma história que é, teoricamente, para elas, se descortina como uma obra bastante complexa e profunda, que trata, inclusive, com obscuridade certos assuntos, até mesmo o relacionamento e desenvolvimento do amor entre Belle e Bête.

O final, também um pouco diferente, resgata o aspecto de salvação e amor profundo presentes no gênero, mas sem perder a grande qualidade que o mesmo trouxe (inclusive para as minhas pesquisas): A Magia que faz a história acontecer está sendo resgatada.

La Belle et La Bête está incluso na minha lista de 24 filmes para 2015, no gênero Contos de Fada. A lista faz parte de um tema de blogagem coletiva proposta pelo povo do Blogs que Interagem.

P.S: Lady Salieri, do blog Visão Periférica fez uma resenha que faz um contraponto super pertinente à minha. Penso que se você tiver um tempinho, pode o aproveitar e muito dando uma passada por lá. Link do post 

*Já sabemos que a fofíssima Emma Watson vai personificar a Belle na versão live action da animação disneyana e produzida pela própria Disney. Ao que tudo indica Ryan (OMG) Gosling fará a fera. 

Blogagem Coletiva: Filmes que valem a pena ver de novo

Dentro dos temas de Blogagem Coletiva deste mês do Blogs que Interagem, escolhi falar daquilo que eu sou simplesmente apaixonada, que são "Filmes que valem a pena ver de novo". Como estou na vibe de usar o número 15 para essas listinhas, seguem aqui os meus 15 filmes que valem a pena serem vistos de novo e que eu já inúmeras vezes (mesmo!).


15 - Como cães e gatos. (1996)

Não, esse não é aquele filme que você, provavelmente foi ver no cinema, da Disney e tal. Esse filme é uma comédia romântica, onde Abby é uma veterinária e radialista possui um programa chamado "The truth about cats and dogs". Durante uma das transmissões desse programa, ela ajuda Brian a sair de uma situação bastante complicada. O rapaz se encanta pela voz dela e a chama para sair, mas ela, totalmente insegura com a sua aparência acaba pedindo que sua amiga, Noelle tome seu lugar. É um filme bem simpático, clichê, mas extremamente divertido! 
A primeira vez que eu assisti: Foi no corujão da Globo. 

14 - Miss Simpatia. (2000)

Minhas família consegue dizer para vocês quantas vezes eu loquei esse filme para ver em casa. Inúmeras! Quantas vezes ele estava passando na tv e eu assisti...incontáveis! Enfim, esse filme super me marcou pela história da menina 'feia' e desleixada que, de repente, fica belíssima e ainda sem perder a sua essência. Virei fã da Sandra Bullock ali...
A primeira vez que eu assisti: Loquei dentro da minha cota de irmã mais nova, que incluiam filmes da Disney e comédias românticas.

13 - Her (2013)

Já falei sobre esse filme aqui e ele integra a minha lista porque mexeu tanto comigo que toda a vez que eu assisto um pedaço de mim se quebra e outro se reconstroi. Talvez seja por conta da solidão de Teo e como ele é resgatado por Samantha, talvez seja porque esse solidão tecnológica seja tão a nossa cara, ou talvez seja porque me lembra e muito Chobits (um anime/mangá que eu adorava durante a adolescência).
A primeira vez que eu assisti: Foi para a temporada de Oscar do ano passado, no site O Melhor da Telona.

12 - Antes do Amanhecer. (1995)

Longe de ser um filme levinho, é um dos meus favoritos do gênero (se é que tem um gênero) e já foi tema de um post lindozo e completo sobre aqui. Basicamente conta a história de dois estranhos que se encontram em um trem a caminho de Paris. Ambos parecem ser tão parecidos um com outro, ao mesmo tempo em que divergem seguidas vezes, que acabam se interessando e resolvem passar uma noite juntos. 
A primeira vez que eu assisti: eu tinha ganhado um filme extra na locadora e não queria sair da fila para pegar outro (porque eu já tiha esperado muito pra sair e perder a vez), então peguei esse filme na cesta de devolução.

11 - Anastácia. (1997)

A animação da FOX marcou tanto a minha existência que eu tive que adquirir o VHS e mais recentemente o DVD também! É um dos filmes que eu sei TODAS as falas. "O ano era 1916, e o meu filho, Nicolau, era o Czar da Rússia Imperial..." essa era a primeira fala e a partir dela segue-se a história de como Anastácia se perdeu de sua família, esqueceu quem era e se tornou Anne. Como ela, com a ajuda de Vlad e Dimitri encontrou o caminho de volta para a sua casa e, claro, não vamos esquecer da dupla malígna Rasputin e Bartok...
A primeira vez que eu assisti: Eu adorava a Thalia! Não perdia um capítulo de Maria do Bairro. Na época fiquei sabendo (não lembro como) que ela tinha cantado a versão latino americana de uma das músicas do filme e que estaria no VHS como especial. Adivinha...fiz o papai comprar o VHS por causa desse clipe. 

10 - 500 dias com ela (2009)

Deu pra perceber que eu adoro comédia romântica, né!? E gosto mesmo, especialmente aquelas que tem um estilo mais offbeat, que é o caso de 500 dias com ela. Já perdi a conta de quantas vezes já vi esse filme (e quantas vezes mais verei), mas o que eu gosto mesmo no universo de Summer e Tom é que nada é fechado, todas as coisas estão passíveis de mudanças e, principalmente, passíveis à vida como ela é. Fiz um post com as citações que eu mais gosto do filme aqui.
A primeira vez que eu assisti: Sim, em 2009 eu ainda locava filmes, obrigada...

09 - O Clube dos 5 (1985)

Eu ainda não era nascida quando esse filme fez sucesso, mas quando me deparei com ele há dois anos, entendi o motivo dele ser tão citado e ser tão querido pelos oitentistas. Ele se tornou um dos meus filmes favoritos e o indico para todo mundo, sendo protagonista de um post mimoso aqui no Mesa.
A primeira vez que eu assisti: Foi o segundo filme que eu vi no Netflix.

08 - A Sociedade dos Poetas Mortos. (1989)

Quer me ver chorar de emoção? Então põe esse filme para rolar! Sabe aqueles filmes que te arrebatam e que te modificam como pessoa? Então...esse filme fala do magistério, da força que um docente tem para tocar a vida de um indivíduo. Oh captain, my captain!
A primeira vez que eu assisti: Foi na TV Globo, com o meu irmão do meio.

07 - Tarzan (1999)

Um dos meus filmes favoritos da Disney, Tarzan tem uma das melhores trilhas sonoras, toda cantada por Phil Collins, além de ter trazido diversas novidades tecnológicas para o gênero, como os cenários completamente digitais. Esse filme também é um dos meus queridinhos, porque adoro o romance quase inocente que se desenvolve entre Jane e Tarzan, assim como me divirto imensamente com Tantor e Terk.
A primeira vez que eu assisti: Foi no cinema.

06 - Elizabethtown (2005)

Tipo do filme que cada vez que você assiste descobre que ele mexe com você de diferentes formas. Ele possui diálogos bastante espertos, fala de auto-descoberta, fiasco e fazer as coisas darem certo para si mesmo. Também é um filme que te incita a pensar sobre todas essas coisas e me fez escrever esse post sobre.
A primeira vez que eu assisti: Um amigo meu baixou o filme para mim e me entregou o dvd. Entrei em desespero quando o final veio cortado, o que me fez passar uma noite (hoje em dia é de rir) baixando outra versão para conseguir ver os 10 minutos finais.

05 - Forrest Gump (1994)

Terno, envolvente e divertido em toda a sua inocência, Forrest Gump é o tipo do filme que você não consegue ver só uma vez. Você se afeiçoa ao rapaz sentado no banco e contando a sua própria história, história essa que se cruza diversas vezes com momentos históricos e importantes para o mundo. Na época foi considerado um brilhante filme, hoje é considerado um clássico!
A primeira vez que eu assisti: Estava sem nada para ver em casa, dai abri o armário de cds e dvds do meu irmão do meio e peguei para assistir. Devolvi o dvd, só pra constar.

04 - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)

Amélie é uma dessas personagens tão encantadoras, que você passa a querer entrar no seu mundo particular e quase infantil. Ela cria as suas próprias leis e inventa o seu próprio destino, quando decide ajudar as pessoas que a cercam, a partir daí, ela se envolve com as suas histórias e tem a oportunidade de encontrar o amor verdadeiro. Destaque para a trilha, a fotografia e a direção de arte que são, simplesmente, primorosas.
A primeira vez que eu assisti: ganhei o filme de presente em algum aniversário, mas só fui ver mesmo com meus 18 anos. A partir dai assisto, pelo menos, duas vezes por ano.

03 - Amor e outros desastres (2006)

Uma clara releitura do meu filme favorito, mas com certas referências que o ligam diretamente ao romance de Truman Capote, Amor e Outros Desastres é uma comédia romântica sobre desencontros, a crença no amor, relacionamentos de conveniência e um monte de perguntas sobre todas essas coisas. 
A primeira vez que eu asssisti: Espero não ser presa por isso, mas comprei do camelô perto da minha escola, vendo-o no mesmo dia a noite.

02 - Mulan (1998)

Minha animação favorita, sendo outra história que eu sei todas as falas, esse filme conta a história de uma garota chinesa comum, que na iminência de perder seu pai para a guerra, toma a difícil, porém corajosa decisão de tomar o lugar dele no campo de batalha. Ao seu lado Mushu e Grilie a ajudam se infiltrar nesse meio e ainda se tornar a heroína da China.
A primeira vez que eu assisti: Foi no cinema, com muita pipoca!!

01 - Bonequinha de Luxo (1961)

Não chego a ser obcecada por esse filme, mas sou bastante viciada nele. Tá bom, sou bem obcecada sim! Já fiz até um especial aqui sobre ele. Quaquer pessoa que me conhece, mesmo que minimamente sabe da minha relação com ele, inclusive você, que está aí acessando esse blog, saiba que o nome dele vem desse filme...
Particularmente o que mais me encanta na história é a complexidade com quem os personagens são desenvolvidos, seja pelo aspecto psicológico, seja o comportamental. Fora que me identifico demais com Holly e a forma com que ela interpreta o mundo. 
A primeira vez que eu assisti: Foi no Telecine Cult, faixa das 22h, numa sexta feira de dezembro e que eu estava de férias. Mudou a minha vida.

Indico as listinhas das blogueiras: