Sobre a tal indiferença*


Vai você já fez isso com alguém. Admita que já fizeram isso com você também. Se fizeram, não tem com o que se envergonhar. Não tem porque se desesperar. Mas também não tem porque fazer isso. Não é porque meia dúzia de revistas 'femininas' te dizem que um dos meios de se conquistar um cara, é agindo com indiferença.
"Não, não mostre interesse!"
"Não, não mostre que você aceitaria, num piscar de olhos, que ele te levasse pra jantar!"
"Não, não responda a mensagem imediatamente!"
Não, não...não...não...
Quem disse que as relações humanas são receitas de bolo? Quem disse que agindo 'descolado' nos tornamos 'descolados'? Pior ainda, quem disse que ser descolado, significa conquistar alguém?
Aceite um fato: 'as pessoas são bem menos misteriosas do que pensam que são.'
Sim. E nesse mundão meio maluco, de gente que entra e sai das nossas vidas na velocidade de um 'oi', que tipo de destino tomaram aqueles que procuram por uma leveza e o simples conversar até se esquecer do mundo? Sabe aquela conversa gostosa? De quando segundos se tornam minutos, os minutos horas e a noite o amanhecer?
Pois é, me conta, faz quanto tempo desde a última vez que conversou com alguém que nem viu o tempo passando? Faz quanto tempo desde a última vez que você desconsiderou toda essa lógica de 'jogo', que parece envolver os relacionamentos contemporâneos e disse qualquer coisa. Falou do tempo, do espaço, dos metros, de manias, expectativas e do passado? Considerou a intensidade com que o interlocutor já viveu tanta coisa e se deixou levar pela simples vontade de conversar. De quebrar o gelo.
Particularmente, não sou do tipo de pessoa que quer diálogos monologais. Não preciso responder as minhas próprias perguntas. Não quero ser uma pessoa que acredita que na indiferença, nasce o interesse. 
Quero compartilhar as mais desvairadas alucinações de uma pessoa que vive de sorrisos, batons vermelhos e filmes que cheiram a pipoca e cerveja. Quero compartilhar as mais complexas e incompletas teorias de vida, de uma vida (talvez da minha vida) que quer abraçar tanta coisa, olhar pra tanto mundo. Quero conhecer momentos, sonhos e medos, mesmo que eles sejam dormir e sonhar com um monstro mal feito de um filme dos anos 40. Não quero indiferença.
Não quero o visualizado e não respondido. Mas se assim o for...que pena. Que você jogue esse jogo da indiferença sozinho. Mas esteja avisado: mesmo tendo tanta coisa para fazer, não vai esquecer o quanto sente falta do que não teve. O quanto gostaria de ter essa, essa conversa, qualquer conversa, olho no olho. O quanto ouve uma risada gostosa, porém fictícia, porque nunca teve a oportunidade de ouvir a verdadeira. E logo se perceberá pensando o quanto gostaria que te chamasse. Falasse do tempo, do espaço, de qualquer coisa.


*Texto inspirado em certos bate-papos e nos sensacionais escrito de Célio Sordi: "Porque ela não responde as suas mensagens?"
e "Um manifesto por menos joguinhos nas relações" de Nathalí Macedo

Favoritos ao Oscar - 2015

Oi gente! Domingo é aquele dia lindozo do ano, cheio de glamour, red carpet, looks magníficos e a consagração de atores, produtores, diretores e toda a cadeia produtiva cinematográfica. Está certo que o Oscar está longe de ser a premiação mais justa ou, digamos assim, mais abrangente do cinema mundial, mas convenhamos que ainda se trata de uma premiação que marca (e com bastante ênfase) o calendário cinematográfico, é também a mais considerada na hora de se falar de um filme. Podem dizer o que for sobre o fato de ser, também uma premiação que, basicamente abre espaço apenas para o cinema hegemônico, tratando como categorias menores cinema estrangeiro, curtas, documentários e por aí vai. 
Porém, a ideia aqui não é entrar no mérito dessas discussões e sim celebrar grandes atuações, ótimas direções e excelentes películas. 

Dito isto, esse ano vamos fazer as coisas um pouco diferentes, pontuando aqui, em cada uma das categorias, aquelas obras que eu GOSTARIA que ganhasse e quem eu ACHO que vai ganhar. Sigamos:

Categorias Técnicas:


Melhor edição de som
Quem eu QUERO que ganhe: Martín Hernández e Aaron Glascock ("Birdman")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Martín Hernández e Aaron Glascock ("Birdman")
Porque? O som é parte extremamente importante na narrativa inteira de Birdman, como falei aqui, ele marca o tempo das cenas, constroi significado e ainda dita emoções e sensações dos personagens. É uma aula de edição sonora. PORÉM, existe a alta possibilidade do péssimo Snipper ganhar a estatueta, tanto pela fama de seus editores de som (que já foram indicados sete vezes), quanto para não sair da premiação com as mãos abanando.

Melhor mixagem de som
Quem eu QUERO que ganhe: Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley ("Whiplash")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley ("Whiplash")
Porque? Como falei aqui, Whiplash é um presente sonoro e por conta da sua mixagem temos certeza da primasia de sua história que é, basicamente, uma história audio-visual. Ficarei surpresa se eles não ganharem.

Melhor trilha sonora
Quem eu QUERO que ganhe: Alexandre Desplat ("O grande hotel Budapeste")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Jóhann Jóhannsson ("A teoria de tudo")
Porque? Comentei com vocês na crítica sobre "A Teoria de Tudo" que ele era um grande favorito nessa categoria, especialmente por conta da fluidez que a trilha dá para o filme, trabalhando as cenas todas em conformidade com a evolução dos personagens e os momentos das vidas deles. 

Melhor canção
Quem eu QUERO que ganhe: "Lost Stars", de Gregg Alexander e Danielle Brisebois ("Mesmo se nada der certo")
Quem eu ACHO que vai ganhar: "Glory", de John Stephens e Lonnie Lynn ("Selma")
Porque? Esse prêmio pra "Selma" seria uma forma de se 'redimir' pela baixíssima quantidade de indicações a esse filme. Fora que a música é linda! 

Melhores efeitos visuais
Quem eu QUERO que ganhe: Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher ("Interestelar")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher ("Interestelar")
Porque? Bom, temos que levar em consideração que todos os indicados estão o sendo pela primeira vez, então todo mundo tem chances bem parecidas aqui. Depois, já que "Interestelar" foi praticamente esquecido pela academia, acho justo que leve, pelo menos essa estatueta para casa. (leia sobre Interestelar aqui)

Melhor edição
Quem eu QUERO que ganhe: Sandra Adair ("Boyhood")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Sandra Adair ("Boyhood")
Porque? Não deve ser nada fácil trabalhar com um material de 12 anos de filmagem, especialmente porque câmeras mudam, tecnologias também...imagina como Sandra deve ter trabalhado para conseguir o efeito uniforme e elegante da película?! Mais do que merecido! Saiba mais sobre 'Boyhood' aqui.

Melhor fotografia
Quem eu QUERO que ganhe: Robert Yeoman ("O grande hotel Budapeste")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Emmanuel Lubezki ("Birdman")
Porque? Birdman ganhou quase todas as vezes que concorreu a esse prêmio nas outras premiações, sendo o franco favorito na mesma. Especialmente porque no ano passado Emmanuel ganhou com Gravidade, nesta mesma categoria e conseguiu fazer um segundo trabalho com brilhantismo, de tal modo que apesar de vermos a sua assinatura ali, são obras completamente diferentes nesse quesito.

Melhor design de produção:
Quem eu QUERO que ganhe: "O grande hotel Budapeste"
Quem eu ACHO que vai ganhar: "O grande hotel Budapeste"
Porque? Esse é um dos prêmios que, normalmente, são dados pela academia aos filmes de fantasia, sci-fi, histórico e todas aquelas obras que demandam um trabalho de produção (direção de arte, cenografia, continuísta, etc) muito único e minucioso. Acho que quase todos os concorrentes teriam condições de levar a estatueta, mas "OGHB" tem a medida certa de fantasia e realidade, fora a delícia que é a obra, né?! (leia sobre aqui).

Melhor figurino
Quem eu QUERO que ganhe: Milena Canonero ("O grande hotel Budapeste")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Milena Canonero ("O grande hotel Budapeste")
Porque? Gente, que obra linda são os figurinos desse filme! E aqui temos novamente aquela questão do Desgin de produção, que a medida certa entre real e fantasia.

Melhor maquiagem e cabelo
Quem eu QUERO que ganhe: Frances Hannon e Mark Coulier ("O grande hotel Budapeste")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Bill Corso e Dennis Liddiard ("Foxcatcher")
Porque? Como eu falei pra vocês aqui, uma das únicas coisas que é, verdadeiramente incrível em Foxcatcher é a forma como os atores ficaram parecidos com os seus personagens da vida real, fora a transformação de Steve Carell, que é realmente mais notável, graças a sua aparência feia e melancólica, à lá "As Horas".

Categorias Coadjuvantes:


Melhor filme em língua estrangeira
Quem eu QUERO que ganhe: "Ida" (Polônia)
Quem eu ACHO que vai ganhar: "Leviatã" (Rússia)
Porque? Essa é uma das categorias que tem um pouco a ver com a política norte-americana, sabe? Nesse momento, considerando o clima de tensão por conta da Ucrânia, podemos pensar que é possível que a academia premie Leviatã como uma forma de dizer "Estamos em paz". Mas quem sabe, já é a décima indicação da Polônia nessa categoria, o que pode ser um indicativo de preferência da academia por filmes poloneses. Bori esperar pra ver, né?!

Melhor documentário
Quem eu QUERO que ganhe: "Finding Vivian Maier"
Quem eu ACHO que vai ganhar: "CitizenFour"
Porque? Seria outra decisão claramente movida por razões políticas, uma vez que o CitizenFour fala sobre o Wikileaks e a decisão de Snowden em vazar os planos de vigilância norte-americana para com o mundo. Outra forma de dizer que "não foi tão ruim assim" ou "Já superamos". 

Melhor documentário em curta-metragem 
Não vou dar pitaco nessa categoria porque não vi todos os filmes.

Melhor animação
Quem eu QUERO que ganhe: "Operação Big Hero"
Quem eu ACHO que vai ganhar: "Como treinar o seu dragão 2"
Porque: Ele traz consigo algumas inovações e refinamento na arte de fazer animação em 3D. Acredito que vá ganhar porque conseguiu trazer tanta realidade quanto possível para uma animação, sem perder a característica principal do gênero, que é a capacidade de sonhar e ser levado a crer que aquele mundo existe.

Melhor animação em curta-metragem
Quem eu QUERO que ganhe: "Feast"
Quem eu ACHO que vai ganhar: "Feast"
Porque? Ter Oscar e não ter nenhuma estatuetazinha pra Disney é sacanagem! Fora que a história do adorável cachorrinho faminto é uma delícia de assistir. 

Melhor curta-metragem em 'live-action'
Não vou dar pitaco nessa categoria porque não vi todos os filmes.

Categorias Principais:


Melhor roteiro original
Quem eu QUERO que ganhe: Wes Anderson e Hugo Guinness ("O grande hotel Budapeste")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Wes Anderson e Hugo Guinness ("O grande hotel Budapeste")
Porque? Meu franco favorito este ano, tem tudo que um excelente filme deve ter, inclusive um senhor roteiro! Por conta disso, acho que é o grande favorito nessa categoria. Também, como Wes assina a obra, além de dirigir, é possível que ele ganhe nessa categoria, mas não leve o prêmio de direção, como form de reconhecer a força e beleza da obra.

Melhor roteiro adaptado
Quem eu QUERO que ganhe: Graham Moore ("O jogo da imitação")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Graham Moore ("O jogo da imitação")
Porque? Como eu comentei aqui, a grande vitória de "O jogo da imitação" é o fato de ser um filme coeso em seu conjunto, não tendo nada que se destaque totalmente. Porém, para que ele não passe em branco na premiação, pois é um excelente filme, deve levar esse prêmio para casa.

Melhor atriz coadjuvante
Quem eu QUERO que ganhe: Patricia Arquette ("Boyhood")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Patricia Arquette ("Boyhood")
Porque? É a primeira vez que Patricia é indicada a uma categoria Oscar, mas vem ganhando todas as premiações anteriores a essa. É a favorita na categoria, porque faz uma mãe normal (como comentamos aqui) e que luta para acompanhar o crescimento de seu filho, estando presente sempre. É coadjuvante, mas se faz essencial. 

Melhor ator coadjuvante
Quem eu QUERO que ganhe: JK Simons ("Whiplash")
Quem eu ACHO que vai ganhar: JK Simons ("Whiplash")
Porque? O que seria Whiplash sem JK Simons? Se você conseguir responder essa pergunta saberá me dizer porque ele Não ganharia nessa categoria.

Melhor atriz
Quem eu QUERO que ganhe: Julianne Moore ("Para sempre Alice")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Julianne Moore ("Para sempre Alice")
Porque? Acho não, tenho certeza que Julianne leva essa para casa. O filme "Para sempre Alice" é Julianne e só é bom pela sua atuação. Sinceramente, ficaria surpresa se ela não levasse essa pra casa, com aplausos em pé de todos os presentes.

Melhor ator
Quem eu QUERO que ganhe: Benedict Cumbertatch ("O jogo da imitação") - ele é meu favorito na vida...fazer o que?!
Quem eu ACHO que vai ganhar: Eddie Redmayne ("A teoria de tudo")
Porque? Gente...assim...essa é a categoria mais disputada, na minha opinião. Desconsiderando a minha opinião pessoal (de sempre torcer pelo Beny), penso que Eddie e Keaton tem chances muito parecidas de levar a estatueta para casa. O que vai decidir essa parada é o momento da academia, se eles acharão que vale mais uma atuação baseada em uma pessoa real, de caráter extremamente física e transformadora; ou um resurgimento, de um ator que (assim como o seu personagem) estava na obscuridade e esquecido na geladeira. Minhas apostas estão em Redmayne.

Melhor diretor
Quem eu QUERO que ganhe: Richard Linklater ("Boyhood")
Quem eu ACHO que vai ganhar: Alejandro Gonzáles Iñárritu ("Birdman")
Porque? Também uma categoria bastante concorrida, acho que estatueta está entre o meu favorito e o que eu acho que pode levar. A beleza do trabalho de Linklater está no fato dele ter se comprometido com o projeto de 12 anos (o que é digno de aplausos) e a forma como conseguiu manter a direção linear, mesmo depois de tantos anos. O que pode dá a estatueta para Alejandro, é a própria temática de 'Birdman' e como ela é trabalhada na película, fora que o fato de ter sido gravado em um falso plano sequência, mostra um trabalho primoroso de direção.

Melhor filme
Quem eu QUERO que ganhe: "O grande hotel Budapeste"
Quem eu ACHO que vai ganhar: "Boyhood: Da infância à juventude"
Porque? É possível apontar Boyhood como favorito pelas seguintes razões:
1 - Foram 12 anos gravando
2 - Queridinho dos críticos
3 - Filme de produtor
4 - Adorado pelo público norte-americano
Claro que não ficaria nenhum um pouco triste se OGHB ganhasse, mas acho que, mesmo correndo por fora, não seria a segunda opção dos votantes, talvez esta seja "Birdman".

Quer saber tudo sobre a maioria dos filmes que estão concorrendo? Então confira a lista de críticas abaixo:

Não perca no dia 22 a noite eu comentando tudinho no meu twitter: @oliviayale

Bolo de ouvir

Através de letras afiadas, Alexz mostra mais uma vez que tem muita coisa para dizer sobre amores, relações, realizações e o próprio comportamento humano.

Vai, você sabe que eu sou fã dessa canadense. Você sabe que eu chorei como uma criança, quando uma das minhas berts trouxe o cd dela autografado pra mim (thanks Maddie S2). E você sabe que sempre que eu posso estou divulgando a música dela. Se não sabia, tá sabendo agora e eu tenho muito prazer em te guiar em mais uma inserção no mundo de Alexz Johnson.
Em seu segundo álbum, oficialmente lançado e sem ser atrelado a nenhuma grande gravadora ou algum show de tv, Alexz continua fazendo as sonoridades que marcam a sua forma de cantar, onde é possível ouvir uma série de sons não muito usuais, além da inserção de instrumentos na pista princial, que, normlamente, estão na pista secundária, como o baixo e instrumentos metálicos. Como essa que vos fala é fascinada por sons graves, fica encantada todas as vezes que ouve "Let 'em eat cake", provando mais uma vez porque é uma das minhas cantoras favoritas.
Sem medo de ser feliz e fazendo aquela mistura melódica que a gente gosta, Alexz brinca e surpreende com momentos onde melodia, letra e voz se unem perfeitamente, resultando em únicas interpretações. E fora os aspectos musicais, as letras de "Let 'em eat cake" dão a cara a tapa, da mesma forma que "Voodoo" dava, quando brinca com a as diferentes conotações de uma mesma palavra e coloca a potência desses múltiplos significados naquilo que quem ouve acredita (ou não). Esse jeitinho todo Alexz de interpretação musical exije atenção dos ouvintes, de modo que a cada vez que você ouve o cd, descobre novos detalhes. 

Para completar, Alexz continua com a sua assinatura meiga na hora de cantar, suave e que quase não busca floreios vocais e a verdade é que nem precisa deles. A marca de Alexz é mesmo essa, em que, claramente vemos o mundo através dos seus olhos e são neles que conhecemos os diferentes momentos da vida dela, basta colocar todos as suas obras juntas, que você vai perceber isso. 
Entre algumas canções que já estavam contidas no EP Heart e uma nova interpretração de "Gonna Get it", novas músicas brilham numa coletânea deliciosa de ouvir com o vidro do carro aberto. Dou destaque especial para as músicas "Cologne", "Let 'em eat cake" e "Tears of a dragon".
"Let em eat cake" não é a segunda coletânea de Alexz, durante a sua adolescência ela fez parte do elenco de Instante Star, onde lançou 4 CDS. Depois disso, sua carreira a levou para diversos caminhos, inclusive um contrato frustrado com uma gravadora que acabou rompendo com ela. Assim, todas as coletâneas que vieram em seguida foram feitas de modo independente, tal como "Voodoo" e o dito álbum aqui descrito, além de alguns outros EPs, apenas lançados para a internet, como "Skipping Stone", "Blue" e "Heart". Com a ajuda de financiamento coletivo, Alexz fez alguns shows e ainda lançou uma versão Reloaded de "Voodoo". 
Falei com mais detalhes sobre a carreira e a empreitada independente de Alexz aqui. Conheça e se apaixone também ;D

To dançando com a Lua

Delicado desde o seu começo icognitário, passando pelo seu caminhar memorativo, até chegar ao seu final de auto-descoberta. Este é "Elena".

Quem é Elena, o ela significa e para quem? Estas são as perguntas que foram levantadas durante toda a divulgação do longa-metragem em documentário nacional "Elena" da artista e cineasta brasileira Petra Costa. A partir dessas questões, você se pega pensando se não seria este mais um documentário falso, que utiliza da sua estética para construir uma ficção enraizada na procura por si mesmo. Mas não.
"Elena" é um documentário. Mas um verdadeiro documentário artístico. 
Usando recursos documentais, como entrevistas, leitura de documentos, vídeos de arquivo e muito mais, Petra remonta a figura de Elena para todos nós, ao mesmo tempo em que aproveita para escrever uma carta para sua irmã. Uma carta sentimental, porém verdadeiramente carinhosa de alguém que quer entender o que aconteceu com você, Elena. De alguém que viveu a vida entre idas e vindas de diferentes noções do que poderia ser mais precioso do que a própria vida. De alguém que duvida que Elena tenha noção do que deixou pra trás.
Sim, uma carta, uma película extremamente pessoal, autoral, mas com aquele quê de "deixe-me leva-lo a entender o que aconteceu", para quem sabe você me ajudar a entender também, de modo que além de um documentário sobre Elena, "Elena" é uma procura pela auto-independência, partindo da compreensão do outro, remontando seus passos e seus momentos mais intensos (sejam eles de pura lucidez, sejam eles de total e completo desespero). 

Sim, você fica diferente na frente das câmeras, Elena e por isso mesmo esse filme foi feito para que você pudesse se ver através dela. Vê-se, pela primeira vez, talvez, como você realmente é.
*Importante dizer que eu não quis me alongar muito nesta crítica, porque um dos grandes méritos da história está justamente na descoberta deste ser, juntamente com a autora, de modo que você se deixa passear pela perspectiva criada ali. Deixe-se levar e fluir, como uma dança. Uma dança com a lua.

Mais um filme que se encaixa direitinho no no projeto do Blogs que Interagem de 24 filmes para 2015, na categoria Cinema Brasileiro. Então, mais um filme na lista.

Entre o certo e o justo

Difícil é dizer o que não é bom nessa série dinâmica, de personagens humanos e trama envolvente. Este é "How to get away with murder".

Bem vindo à aula da professora Annalise Keating (Viola Davis), uma professora linha dura que ensina Direito Penal na fictícia Universidade de Middleton, Filadélfia. Nesta prestigiada escola, apenas os melhores dos melhores conseguem entrar e apenas a nata disso tem a chance de estagiar com Annalise em seu escritório. Como uma renomada advogada de defesa, Annalise apelida a sua própria aula de "How to get away with murder" (Como escapar de assassinato - em tradução livre) e traz para sala de aula apenas casos escabrosos, onde não se discute a índole dos defendidos, apenas formas de defendê-los.
Em meio a uma classe cheia de gente, Connor Walsh (Jack Falahee), Michaela Pratt (Aja Naomi King), Asher Millstone (Matt McGorry), Laurel Castillo (Karla Souza) e Wes Gibbins (Alfie Enoch) são os escolhidos e como tais acabam se enrolando na vida pessoal de Annelise, bem como nas de seus assistentes Frank (Charlie Weber) e Bonnie (Liza Weil), e de seu marido Sam (Tom Verica). Por se aproximarem tanto assim, as vidas pessoais e profissionais de todos os esses personagens acabam colidindo e colapsando. Logo, todos fazem parte de um enlace que envolve mentiras, paixões desmedidas, confiança e, claro, homicídio.

Enquanto isso, nós, meros espectadores dessa trama emaranhada, ficamos sendo jogados de um lado para o outro (presente e passado), de modo que a cada momento/episódios temos uma perspectiva diferente do que está acontecendo e mais uma peça se encaixa (ou parece estar faltando) para que tenhamos a visão de tudo que aconteceu. Ao mesmo tempo, vamos construindo laços com esses personagens que, diferente de CSI, Bones ou outras séries que visam a descoberta de crimes, não são gênios e realmente dedicam e trabalham duro, sendo divinamente humanos, em todas as suas nuances. Os personagens são tão enraizados neste sentido de não serem preto no branco, que diversas vezes nos vemos questionando (e auto-questionando) o que compreendemos por ético, correto e justo.
Onde existe a justiça quando um assassino é muito bem defendido e acaba sendo libertado?

Bom, deixo para vocês mesmos pensarem sobre isso, enquanto acompanham "How to get away with murder" e caem de amores por uma Viola Davis que honra os prêmios que recebeu e dá um show a parte, agindo com maestria o timing dessa história e dos outros personagens. Além de ser capaz de ditar a cena e o seu ritmo, Viola também aproveita a própria força, transvertida de Annelise e vai se despindo para nós, camada por camada, mostrando toda a psiquê de uma personagem que vai se transformando diante dos nossos olhos. Brava!
Com um roteiro alinhado e extremamente bem desenhado, "How to get away with murder" convence que veio para ficar. Em sua primeira temporada completa marca presença e serve de referência para que você tenha certeza que outras séries valem ou não a pena de serem vistas.

Flórida 105

Hoje o especial sobre a Flórida vai dar algumas informações (preciosíssimas) sobre compras em Orlando. Especialmente focando nas categorias que mais são procuradas por quem vai turistar nessas terras, que é Infantil, Outlets e Tecnologia.
Além disso, também separei umas dicas de lugares para comer (com o endereço e telefone) e ainda alguns jantares com shows, que, se você tiver um tempinho, são altamente recomendados e divertidos!
Confira as dicas e vá logo separando as doletas:

Compras
Infantil

Para quem quer aproveitar os EUA para comprar o enxoval do bebê, as lojas Toys’r’us e baby’r’us vendem todos os acessórios indispensáveis para os bebês e também para as mamães. Se a proposta é a compra de roupas, então Carter’s, Oshkosh, Gymboree e Macro Baby são excelentes opções, uma vez que sempre estão em liquidação e promoção.

Moda
The Mall at Millenia

Quem procura por moda, independente do seu valor, com certeza vai adorar as opções da última estação presentes no shopping mais chique de Orlando. Em geral, os mais ligados no mundo fashion, optam pelo Millenia ao saber que Chanel, Gucci, Luis Vuitton, Tiffany & Co, são só algumas das marcas que compõem esse shopping modernoso.

Outlets

Agora se você quer mesmo é comprar bastante, por preços bons mas não abre mão de uma variedade de marcas e opções, então os Outlets são excelentes opções. No caso de Orlando você encontra três mais famosos, que costumam levar todos os brasileiros: Premium Vineland, Premium International Drive e o Florida Mall. De modo geral é possível encontrar Zara, H&M, Victoria’s Secret, Crocs, Macy’s, Sears, JCPeney, Gap, Tommy Hilfiger, Guess, Calvin Klein, Nike, Adidas, Puma, Ralph Lauren, Lacoste, Levi’s, entre outras marcas muito comuns, em todos eles. A dica é você acessar os sites dos outlets e ficar por dentro de cupons de desconto, promoções nas lojas e facilidades para certos cartões.

Eletrônicos

Um fato muito interessante e importante em relação à eletrônicos nos Estados Unidos é que normalmente eles são tabelados, logo não faz muita diferença aonde você vai adquirir o novo Iphone, ou a câmera mais badalada. O que diferencia uma compra da outra, é a possibilidade de promoções e facilidades de uma determinada loja, ou a variedade de uma em detrimento de outra. Se você procura por bons preços, bom atendimento e uma grande variedade, então a Best Buy vai te encantar, assim como a Target, que além de demais produtos gerais, tem uma parte eletrônica muito bem servida.
O Walmart, além de ter uma variedade enorme de produtos de supermercado, casa, roupa, banho, também possui os últimos lançamentos de eletrônicos, por ótimos preços; assim como no Walgreens ou CVS, que aliam o estilo de loja de conveniência, com farmácia e, claro, loja de eletrônicos. 
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Onde Comer
De modo geral, a alimentação das pessoas que estão em Orlando costumam se ater aos parques, mas fora isso, Orlando oferece ótimos restaurantes, inclusive alguns que servem comida brasileira, para aqueles que estão com saudades do feijão com arroz. (a lista a seguir foi selecionada a partir dos restaurantes mais bem votados no Trip Advisor de 2014)
Gilson's Brazillian Restaurant - 8191 Vineland Ave, Orlando, FL 32821 - 407-787-3494
Victoria & Albert's - Disney's Grand Floridian Resort and Spa, Walt Disney World Resort - 407-939-3463
Hot Krust Panini Kitchen - 8015 Turkey Lake Road Suite 200 - 407-355-7768
Private Island Ice Cream - 14650 Gatorland Drive - +1 407-433-9545 
Chatham's Place - 7575 Dr Phillips Blvd, Ste 270 - (407) 345-2992
Whole Foods Market - 8003 Turkey Lake Rd., Phillips Crossing - 407-355-7100
Fogo De Chão - 8282 International Drive - 407-370-0711
Olive Garden - 8984 International Drive - 407 264-0420
LongHorn Steakhouse - 8398 Vineland Ave - (407) 828-8976
Cheesecake Factory - 7879 Turkey Lake Rd Ste 400

Jantares Temáticos
Como tudo em Orlando é motivo para uma atração, lá você encontra uma grande variedade de Jantares que aliam uma boa refeição à espetáculos, eles são chamados de Dinner Shows e normalmente são interativas, de modo que o público faz parte do desfecho da história. A dica dos dinner shows é ir depois de um dia de compras, ou num dia em que não vá à parques, uma vez que os shows começam por volta das 19h.

Pirate’s Dinner Adventure: as mesas ficam voltadas para uma enorme réplica de navio pirata. Com luzes, música e muita luta, os espectadores sentam em plateias divididas pela cor do pirata pelo qual eles devem torcer. www.piratesdinneradventure.com

Medieval Times: é o jantar temático mais tradicional. Enquanto comem frangos, cerveja, refrigerante e uma sopa de tomate deliciosa, os espectadores assistem uma justa medieval. www.medievaltimes.com

Treasure Tavern: Em uma arena que comporta cerca de 240 pessoas, este show mescla comédia, acrobacias e danças, em um cenário caribenho. Este show é indicado para adultos. http://www.treasuretavern.com/

Sleuth Mystery: Neste show você será transformado em um detetive, que terá que ajudar os personagens a descobrirem um mistério. Aqui vale dizer que se você não fala inglês com fluência, talvez não seja uma boa ideia ir neste show. http://sleuth.com

Perseguindo Vapor

Uma adorável comédia romântica contemporânea sobre o que precisamos, o que achamos que queremos e quem achamos que somos. 

Conheça Megan (Analeigh Tipton), uma recém-formada no curso preparatório para estudar Medicina (chamado de Pre-Med. Nos EUA você não entra logo na faculdade de medicina e sim faz um preparatório antes e depois faz uma prova para entrar no curso, de fato), com 22 anos e que acabou de sair de um relacionamento de mais de cinco anos com o namoradinho do Ensino Médio. Megan não sabe o que fazer da vida, não entende como pode ser melhor do que é neste momento e embarca numa espiral de baixa auto-estima, onde o sofá se torna o seu melhor amigo. Impulsionada por Faiza (Jessica Szohr), Megan decide se aventurar numa 'one night stand' (quando dois estranhos se encontram uma vez para, única e exclusivamente, fazer sexo). É assim que ela conhece Alec (Miles Teller). E fica presa com ele por 48 horas.
Desenrolando-se a partir dai, o filme "Two Night Stand" é uma grata surpresa para quem esperava encontrar uma boba comédia romântica, uma vez que surpreende com diálogos afiados e uma total relação com a nossa geração (aquela mesma que é tratada em Boyhood, por exemplo), formada por pessoas de seus 20 e poucos anos, que não sabem exatamente o que fazer a seguir e por isso nos prendemos na possibilidade de que as coisas, apenas, dêem certo no final de tudo.

Além disso, o filme prima pela noção de que são duas pessoas estranhas, que, já que estão presas uma com a outra, decidem tirar proveito da situação juntos, com a clara intenção de evitar os seus próprios demônios. Demônios que, na verdade, ainda estarão lá, depois que eles conseguirem sair do apartamento e que continuarão lá, a não ser que eles resolvam fazer alguma coisa. Afinal de contas, não falar de algo, não faz com que ele suma.
Megan, inclusive, é uma personificação meio distorcida do quanto somos uma geração que sabe o que não quer, muito mais do que quer. Suas observações para Alec são, no começo, superficiais e tolas, mas depois que ela se deixa levar pela possibilidade de ter encontrado alguém que possa ser honesta, se agarra a isso com unhas e dentes. Sendo honesta até demais!
Miles Teller, meu novo queridinho (veja minha review de Whiplash e entenda porque) dedica à Alec uma aura delicada de um cara fofo, mas que não quer parecer fraco. Também consegue transmitir muito bem a força de um personagem que usa da comédia para se defender do mundo, mesmo que nem ele pareça perceber que faz isso.

Se você pretende assistir a essa obra, tenha em mente que duas cenas ficarão na sua mente: quando tocar essa música e quando eles tiverem essa conversa. Definitivamente é um filme para ouvir também ;)
Entre outros temas, o medo de ficar sozinho, a insegurança de precisar ser o que esperam que você seja e como é difícil se perceber como um ser único, verdadeiramente englobam o filme de forma excelente e, aquele que poderia ser um bobo filme 'pipoca', entra na minha lista de filmes favoritos e que eu vou assistir muitas mais vezes!
"Ambition is a bullshit! It's like chasing vapour!"

Eu já assistiria esse filme normalmente, mas daí achei que ele encaixava direitinho no projeto do Blogs que Interagem de 24 filmes para 2015, na categoria Comédia Romântica. Então, missão cumprida ;)

Crônicas de Viagem - III


Tem muita gente que tem medo de voar. Eu não to brincando, não. Muita gente mesmo!
Desde pessoas que estão voando pela primeira vez, passando por pessoas que são fóbicas com altura, àquelas que são claustrofóbicas, chegando finalmente nos que, por alguma razão randômica, simplesmente não conseguem relaxar! 
É possível que você ache que essas pessoas são 'equivocadas da vida' e que não existe razão nenhuma para ter medo de um meio de transporte tão seguro. É sério, é mais fácil você ser atingido por um raio, ou um tubarão te morder, do que você estar envolvido em um acidente aéreo. Porém, vamos tirar um momento aqui, para tentar olhar pelos olhos deles e tentar entender como eles veem toda a lógica de voar.
Quero dizer, quando você para e pensa, as aeronaves são monstrengos poderosos, enormes, que acomodam cerca de 200 pessoas de uma vez e pesa toneladas. Como que essa coisa consegue sair do chão?! 
Todo o seu funcionamento (por mais mecânico que seja) parece ter saído de um sonho absurdo do homem, sonho este que tem a ver, talvez, com os devaneios de conquistar o inconsquistável (ou teoricamente inconquistável), inspirados em Ícaro. Explorar novos lugares, tocar o ceú, encontrar o horizonte e a constante necessidade humana de querer pertencer.
Hoje em dia a gente parece olhar para avião e vê algo que serve para deslocamento. Ele passou a ser uma máquina que não faz nada, a não ser o que foi "feita" para fazer. Voar e levar gente de um lado para o outro. Que chato!
Quando foi que nos tornamos tão blasé em relação à essa magnífica peça da imaginação e conhecimento humanos?
Me pergunto se essa pessoa que tem tanto medo de voar, não está, na verdade, maravilhado com todo o potencial dessa "coisa"?! Talvez estejamos julgando mal essas pessoas impressionadas, que na verdade só estão vendo aquilo que já passa despercebido aos nossos olhos. Talvez eles entendam melhor do que nós o quão longe a espécie humana consegue ir, na vontade de realizar um sonho e conquistar um objetivo. Talvez essas pessoas olhem através da janela e vejam sua existência inteira refletida nas nuvens, enquanto nós vemos apenas nossos aparelhos eletrônicos, escolhendo as músicas e distrações para fazer daquela viagem, o mais rápida possível.
Quando foi que passamos a não aproveitar a jornada e lidar com ela como se fosse algo insuportável?
Bom, enquanto esse cara sentado ao meu lado começa a, realmente, me irritar com a sua ansiedade, tudo o que eu posso pensar é nessa fantasia de que voar ainda é o sonho de alguém...mas parece que estamos presos na parte 'objetiva' da coisa.
É...isso aí...ele está, apenas...irritado.