A Segunda Estrela a Direita - V

Em algum, ou muitos momentos da sua vida você já deve ter se encontrado com a história do pequeno príncipe. É possível também que, como muitas vezes acontece, você não tenha sido, necessariamente, cativado pela história do dele e da sua rosa. Mas com o longa da on animation studios, talvez você veja com novos olhos essa encantadora narrativa que a cada vez que me deparo com, consegue significar coisas diferentes pra mim.
As vezes novas coisas.

Assim como O Mágico de Oz, O Pequeno Príncipe fez parte da infância de diversas pessoas, principalmente quando se para para pensar que como um bom clássico que é, se resignificando a cada nova vida que leva, a cada revisão e, bom, a cada par de olhos que são atentos o suficiente para se deixarem apaixonar.
Particularmente, a primeira vez que me deparei com a história desse pequeno príncipe eu tinha meus 12 anos e a questão que não saía da minha mente era: qual o motivo que fez o Príncipe deixar a sua Rosa e logo depois deixar a Raposa também? Até ver essa versão, eu não conseguia ver toda essa ideia de partir para se encontrar e de partir para encontrar o outro como sendo integrantes do centro da narrativa. Hoje eu penso um pouco diferente e acho que faz sentido. É provável que daqui a 10 anos eu leia isso aqui e diga: "mas que diabos eu tava pensando?! Não tem nada a ver!"

Agora olha só como são as coisas, eu comecei esse post pensando no filme em si, nas diversas cenas que me marcaram, na linda e delicada trilha sonora que inebria e na intensidade com que a sua narrativa consegue tratar de questões tão inerentes à nossa própria vida e crescimento, mas ao caminhar por essas palavras eu me pego entre devaneios, considerando que além de uma história sobre todas essas questões o que sempre me arrebata para o seu centro é a Raposa. Sei lá o motivo, mas fico retornando às perguntas: porque somos cativados? Como cativamos? Será que temos escolha à frente de alguém que quer nos cativar? 
Apesar do filme focar na questão do ser essencial e como isto se "resume" àquilo que vemos com o coração, sempre me intrigou como podemos ser responsáveis, "eternamente responsáveis" por aquilo que cativamos. Sim, porque essa relação continua sendo uma via de mão dupla...ou não? 

Nossa felicidade depende de sermos cativados pela raposa certa, ou pela Rosa certa? Existe diferença? Nossa felicidade depende de sairmos para voltarmos, ou de irmos para, talvez, nunca voltar? 
Não sei, mas como a menina sem nome do filme, passo a ter a certeza de que, além de estranhos, os adultos são esquecidos...e se esquecem daquilo que lhes é mais importante na infância: a incrível habilidade de se deixar cativar pelo mundo e essa que vos fala, espera nunca esquecer.

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