I'm not going to hurt you

Um filme que narra três histórias de amor e não necessariamente só disso. Este é Stuck in Love.

Quando eu descobri que existia um filme no mundo em que Lily Collins e Logan Lerman atuavam juntos e como um casal, não podia deixar de correr para assistir e me deliciar com os devaneios de tê-los interpretando Olívia e Viktor em uma futura-possível-imaginável-propensa-quero-muito-que-se-realize adaptação de A Irmandade das Olívias para o cinema. Acabou que me deparei com um filme interessante, delicado e bastante digno de um post à lá "eu indico" aqui no Mesa.
Stuck in Love conta a(s) história(s) de um pai e seus dois filhos em torno dos (des)encontros e (des)crenças sobre o amor. Isso porque cada um deles tem a sua própria interepretação do que significa estar apaixonado, bem como cada um deles deixa-se levar por aspectos diferentes do que é entregar-se a relacionamentos, mesmo que eles sejam fugazes, dolorosos, reais, intensos e, em certo termo, decepcionante. Assim, seguimos Bill (Greg Kinnear), Sam (Lily Collins) e Rusty (Nat Wolff) em suas próprias descobertas sobre o tema.

Bom, não vou me ater às questões de cada um, mas é interessante perceber como elas se sobrepõe e complementam umas as outras, desde o medo de amar, até se apaixonar completamente e o ato de esperar, nos fazendo questionar em que medida estamos envoltos de um amor que realmente significa algo, ou apenas um joguete da própria humanidade que está intríseca em todos nós, de querer alguém e não nos sentirmos tão sozinhos no mundo. Nesse momento vale ressaltar a personagem de Lily Collins, Sam. Sam é uma perfeita descrente quanto às potencialidades do amor, isso porque viveu o drama da separação dos pais de forma muito intensa, não acreditando que isso poderia dar certo para ela. Seu mote é "evite o amor a qualquer custo", sendo exatamente o que ela faz, até que o seu caminho se cruza com o de Lou (Logan Lerman), que "cheira a romance e boas intenções", levando-a a se soltar de modo gradual e entrar nessa nova aventura. Está certo que em termos práticos a relação dos dois é bastante clichê desse estilo de filme, mas é importante notar como os diálogos dos dois são afiados, enquanto Lou tenta mostrar para Sam que não é sempre que você sairá ferrado de uma relação, mesmo que isso signifique jogar na cara de Sam seus próprios cinismos.

Falando em relação, de fato o centro do filme são as relações românticas, mas vale dizer também, que o constante estado de negação que uma pessoa que passou por um final muito abrupto, também é bastante trabalhado, enquanto nos enrolamos na situação digna de pena de Bill, preso em um passado que não parece ser sadio. 
Embaladas por uma trilha sonora incrível, que passa por Elliot SmithBeatles e Edward Sharpe & The Magnetic ZerosStuck in love tem diversas camadas, mas faz questão de deixar todas elas abertas, para que não sejamos julgados por nossas interpretações e nem julguemos a dos envolvidos, isto porque o ano que segue na película é, além de conturbado, bem recheado de reviravoltas, onde nem tudo é o que parece ser, ao mesmo tempo em que algumas coisas são exatamente da forma como se espera que a sejam. 

Do outro lado vemos como Rusty se joga bravamente em um relacionamento: "I'm a sucker for happy endings" (Sou um bobalhão por finais felizes) ele diz em certo momento, mas conforme o filme se encaminha passamos a perceber que esses finais felizes não são exatamente o que a gente espera, ou mesmo que nem um final seja, de verdade. Afinal das contas, para um escritor (que é caso dos três personagens) o que importam são as experiências...

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