Músicas que falam sobre quem somos

Parte I
Baixei  o novo EP da belíssima Idina Menzel. Eu me emocionei com aquela música de prache que você se identifica de maneira surreal. Identifiquei-me, essencialmente com a música I stand, e parece clichê e brega, mas virou aquelas músicas que você diz para os outros ouvirem, se quiserem saber um pouco mais de você.
Peço minhas desculpas pela ausência, mas essas semanas têm sido sem muito tempo para mim mesma. Estou  atolada de trabalho, mas em compensação nesta nova semana que se inicia dia 01/03 algumas coisas vão mudar no meu dia a dia e acredito que terei mais tempo para ser uma blogueira assíndua.
Principalmente digo e faço isto, pois eu acredito e defendo! O que? Tudo que ela fala na música e mais um pouco.
Deixo para vocês um trecho e deixo-os curiosos para ler o resto e ouvir esta linda canção. Clique aqui.
Eu fico pelo poder da mudança,
eu acredito no dia perfeito,
eu amo até que doa loucamente,
eu fico pelo estranho e solitário
eu acredito em um lugar melhor,
eu não sei se o céu é o paraíso, mas eu oro assim mesmo...
 Parte II
Em 2009, quando eu ainda passava por algumas crises existênciais e meio malucas, duas pessoas maravilhosas passaram o meu caminho e as duas me disseram a mesma coisa, que uma certa música da minha cantora favorita tinha TUDO a ver comigo. Eu demorei para entender, uma vez que para mim, naquela época, todos os problemas giravam ao meu redor, como uma ordem desconexa. Eu encontrava motivos para naufragar dentro de mim mesma, como se fosse até divertido.Nossa, como eu tinha me perdido. Mas hoje eu me sinto muito  mais feliz, encontrei a minha paz, o meu porto seguro e isto dá uma sensação de auto-completude sem tamanho.
Amar-me, nao sei se é como ultravioleta, mas acredito que seja parecido sim. Não sou das pessoas mais fáceis de lidar, mas acredito que com o tempo as pessoas  aprendem a me tolerar.
Segue um trechinho da música, e quem quiser ler toda e escutar, clica aqui.
Seu amor é como ultravioleta
Eu consigo sentir queimando,
mas eu gosto, sim
Estou em piloto automático
Em direção ao sol.
Parte III
Outra música que empregnou-se na minha vida por estes tempos é uma da trilha sonora de Burlesque (que particularmente acredito que é a unica parte boa do filme) e se chama Bound to you. Acho perfeita com o tempo em que vivo agora. Clique aqui para letra.
Eu encontrei um homem em quem eu posso confiar
E, cara, eu acredito em nós
Estou apavorada ao amar, pela primeira vez
Você não vê que eu estou presa em correntes?
Eu finalmente encontrei meu caminho

De geninha a burlesca

Das turmas do Mickey, acho que ela foi a que demorou um pouco mais para despontar. Em comparação com Britney e Justin, que fizeram sucesso logo próximo de seus 15-16 anos, Christina Aguilera precisou de um pouco mais de tempo, conseguindo gravar de verdade aos 18 anos.
Eu assisti ha alguns dias o E! True Stories, que foi dedicado à Christina sendo este o motivo de eu ter ido atrás para conhecer melhor o seu trabalho, pois antes disso eu conhecia os hits, como "What a girls wants", "Genie in the bottle", "dirrty", "beautiful", "ain't no other man" e "candy man", mas não sabia como o seu trabalho era tão reflexo de quem ela é como pessoa e como artista.
Para mim, muito mais do que se cantar bonito e se ter uma melodia bonita (como a Christina consegue se adequar, na maioria das vezes), o artista tem que ser capaz de me contar um pouco dos seus sentimetnos e intenções de quando escreveu aquela música. Eu quero sentir, ser transportado e acreditar!
E foi assim que a Christina me convenceu de que é uma artista de verdade e que deve ser respeitada e admirada como tal.
Poucos sabem de sua história pessoal, apesar de ela falar bastante dela nas músicas. Quem não conhece minimamente acredita que ela sempre foi rica. Erro fatal. Ela sofreu muito para chegar onde chegou. Entrou no Clube do Mickey e um ano depois ele foi cancelado. Perdeu tudo umas duas vezes e teve que seguir adiante sem medo e precisando olhar para frente, caso contrário tudo o mais iria naufragar.
Christina, então, teve a oportunidade de gravar uma música para a Disney, do desenho Mulan. "Reflection", que no Brasil foi regravada pela Sandy. Depois de gravar a música, novas portas foram abertas para ela, de maneira que seus novos contratantes pagaram pelo lançamento de dois cds.
O primeiro, conhecemos as músicas: "What a girl wants", "Come on over" e "Genie in the bottle", sendo que esta terceira se tornou um hit, despontando até "Crazy" da Britney Spears, que já estava em seu 3o single. O segundo cd foi o "Mi reflejo" que despontou como o melhor cd de musica latina, lançado nos EUA e ficou no top 3 o ano inteiro. Mi reflejo tem as músicas "Ven Conmigo (Solamente Tu)", "Genio Atrapado" e "El Beso Del Final" - este terceiro foi uma das músicas temas do filme "Dirty Dancing 2 - Havana Nights".
O primeiro cd foi basicamente para lança-la no mercado. Com musicas de pegadas dançantes e alegrinhas. Christina aceitou tal, pois queria, de verdade chegar ao estrelato e ser conhecida pelo seu talento. Ela fez como a gravadora pediu e ficou com o mesmo estilo à lá Britney virgem.
Já o Mi Reflejo foi uma investida perigosa, que se provou boa, quando Christina despontou sendo respeitada, também no mercado latino. - para aqueles que não sabem, Christina é descendente de equatorianos e fala muito bem espanhol.
Depois de cumprir com seu contrato, como o combinado. Ao auge de seus 21 anos, Christina fazia shows e mais shows. Chegou ao esgotamente fisico e mental, além de estar com o coração partido (seu 1o namorado, Jesse alguma coisa, que era dançarino dela - terminou o relacionamento de 3 anos que tinha com a cantora). Ela adoeceu algumas vezes até que fosse o ponto final para sua mae. Elas demitiram o antigo emrpesário e partiram para um nova empreitada, ainda na gravadora que a colhera da primeira vez.
Seu 3o album foi uma investida completamente diferente. Tanto visual, quanto sonora. Christina flertou com o rock, com o metal e até com o eletrônico clássico, deixando de lado aquele visual limpo e de menina pura, tornando-se...uma lady!
Ela foi convidada para participar do "Lady Marmalade", música que fazia parte da trilha sonora do filme "Moulin Rouge". Christina cantou Lady Marmalade com P!nk, Maya e Lil'Kim, e as três se completaram em um som excelente, suas vozes se completavam. Christina, obviamente foi convidada para ser a voz principal do quarteto, uma vez que as outras tres cantoras estavame m começo de carreira, comparado ao trabalho que ja tinha sendo desenvolvido por Aguilera.
No clipe musical de Lady já percebemos claramente uma mudança visual de Christina, que muitos, iludidos, quiserama creditar que ficaria no clipe, mas...ela lançou o striped. O cd, além de ter abalado estruturas pela mudança ousada no look da cantora, ainda abalou mais ainda por seu primeiro single ter sido Dirrty.
Quem não lembra do nojinho que sentiu quando viu a Christina lançando moda de sujeira, moda de muito óleo para parecer suor e moda de piercing no queixo?! É, ela sofreu uma metamorfose. E tinha um monte de gente que não entendia (eu inclusive) o que tinha acontecido? Britney ainda era virgem e lançava "In the Zone", enquanto Xtina tornava-se...vagaba? louca? tramp?
Striped foi o primeiro cd totalmente produzido pela própria Christina e eu me surpreendi em descobri o contexto de tal. Ela quis produzir, pois queria colocar neste cd toda a sua carga emocional acumulada dos ultimos 10 anos. Sim, ela ia se "despir" completamente para todo e qualquer um que tivesse um pouco mais de atenção para ouvir as canções. E de fato, o cd é pesado, é tenso. Em "I'm Ok" você ouve ela, literalmente, chorando durante a gravação. Ele tem tal peso, que mesmo quando você pensa que ela ja falou de tudo, ela fala não falou de nada. Em Striped ela falou de se tornar mais forte, de sofrer por causa de um amor, de um primeiro amor porto-riquenho, de uma solidão, de agradecimento à mãe, de sonhar acordada e de realizar sonhos. Seu foco, no entanto, é falar do pai. Ele abusava de sua mae e quando começou a descontar nas filhas, ela desapareceu com elas, para protegê-las.
O cd tem, pelo menos, 4 musicas que falam disso.
Neste meio tempo, ela conheceu Jordan Bratman (Jordy) por quem se apaixonou completamente e que a mostrou o verdadeiro amor. A história dos dois é belíssima, mas não irei me alongar muito. Eles se conheceram em 2003 e construiram um relacionamento de 2 anos, até seu casamento em 2005. Jordan, segundo Christina foi a maior inspiração para o seu 4o album, Back to Basics (o melhor album de todos dela, na minha opinião).
Inovando, de novo, e trazendo elementos de fonk, soul, jazz e blues Back to Basics está em #98 no renomado ranking de 1001 discos que você deve ouvir antes de morrer, e ainda nos entrega, de presente, uma Xtina madura tanto profissionalmente, quanto pessoalmente.
Com uma arte que é ao mesmo tempo clássica e explícita, Back to Basics é uma experiência a ser saboreada. É fácil entender por que Christina lamentou o fato de que o download de músicas esteja rapidamente tornando obras assim obsoletas. Se existe alguém capaz de evitar que isso aconteça, é ela. (caminho da Roça)
 Back to Basics deve ser ouvido e saboreado, e ainda por cima deve ser aclamado, SIM! Só um trechinho da introdução:
Então, aqui eu estou hoje
Com tributo eu vou pagar
Para aqueles antes de mim que
Regulamentaram e pavimentaram esse lugar
Então para Deus eu rezo que ele
Irá me dar à força para
Continuar a diante a dádiva da canção
Em sua boa fé, em sua boa fé...
Eu estou voltando ao básico
Aonde tudo isso começou
Eu estou pronta agora para voltar nisso
E quero entender
Qual o modo das cantoras Soul
E as figuras Blues que me inspiraram
Uma geração mais elevada
Os criadores e revolucionários do Jazz
Que fizeram tanto para si mesmo e a se dedicaram
 Depois de Back to Basics, Christina engravidou de Max (seu grande amor) e parou por mais ou menos 2 anos, entre a turnê de Back e o lançamento de seus "Greatest Hits - A decade of Sucess. It keeps getting better". Neste greatest a cantora junta vários dos seus antigos sucessos em novas roupagens, trazendo um pouco do som delicinha do Chemical Brothers e Goldfrapp, cantores de um electro melódico e bem futurista. Eu achei muito ruim, mas o povo da Bilboard não, em sua primeira semana ele ficou em #9, então acho que gostaram.
Depois disto, ela lançou o Bionic, com as mesmas características futuristas e com a participação especial de Linda Perry, DJ Premier,Mark Ronson e as bandas britânicas Goldfrapp e Ladytron. Sendo sincera ainda não parei para REALMENTE ouvir o cd, mas não sou muito chegada ao som eletrônico em demasia. Sou o tipo de pessoa que associa eletrônico com balada, e depois de passar um mês ouvindo Striped, Mi reflejo e Back to basics, não consegui apreciar tanto quanto os três anteriores.
Ano passado um monte aconteceu com a Christina. Ela e Jordan se separaram depois de 5 anos juntos, ela ganhou uma estrela na calçada da fama, teve que engordar uns quilinhos para fazer Burlesque, já começou as gravações para o seu 6o album e ainda começou a namorar de novo, com Matthew Rutler.
Burlesque eu vou assistir neste final de semana, mas todas as críticas dizem que o filme é fraco e descompensado. Pretendo tirar minhas próprias conclusões e se achar relevante compartilhar com vocês. Mas a verdade é que na trajetória de Christina Maria Aguilera compreendemos a forte conexão do seu pessoal com a sua música e para mim, qualquer artista que consiga se abrir desta maneira tão intensa e escancarada merece aplausos.
Ela, que começou como uma gênia em uma garrafa, foi libertada, cresceu e apareceu e ainda por cima aprendeu com o rock, aprendeu com o jazz e agora aprende com o electro. Curiosos para saber o que vem a seguir?
Sites para baixar a discografia da cantora: (aqui e aqui)
Link curto para o post: http://migre.me/3U1lM

Cisne Cinza

Este final de semana fui assistir Cisne Negro. Filme campião de críticas positivas, com enfoque na bela Natalie Portman que estaria um show a parte neste. “Cisne Negro”, que já acumula mais de 20 prêmios ao redor do mundo, além de concorrer em cinco categorias no Oscar 2011, é o franco favorito na categoria de Melhor Atriz, sendo muito dificil Portman não levar essa pra casa.
O filme aborda a fragilidade da mente humana e a perturbadora ambição que a move em busca de um sonho.
Todas as pessoas que conhecem, mesmo que minimamente balé já ouviram falar da clássica peça "O lago dos cisnes" de Ilitch Tchaikovsky, mas para aqueles que não conhecem, basicamente:
 Trata-se de uma bela princesa, que é transformada em cisne e ela se retransforma em humana por um período do dia, apenas. Neste período ela precisa encontrar o amor verdadeiro e fazer com que eles se apaixone por ela, quebrando assim, o encanto.
Só que, no meio do caminho descobre-se que a Cisne Branca tem uma irmã gêmea maligna, que também busca a libertação e ela quer ser libertada pelo mesmo príncipe que sua irmã branca.
Completamente atormentada pela confusão do seu amado, Odette entrega-se ao destino de perceber que seu futuro está traçado, ela será cisne para sempre! Quando se percebe em tal encruzilhada, para ela não resta muito mais que a morte.
Em resumo, a história quer mostrar o espelho humano de como dois alter-egos se degladiam pela chance de se tornarem únicos. É como se o cisne negro fosse o lado "mal" do cisne branco e vice-e-versa.
Explorando esta idéia da obra de Tchaikovsky, o filme com a Natalie Portman busca questionar a existência complexa dos dois lados da moeda, de modo que dialoga com a existência de uma Odette (cisne branco) e de Odille (cisne negro) em todas as pessoas, inclusive em Nina (personagem de Portman).
Vamos ao filme: ele conta a história de Nina, uma bailarina do New York Academy of ballet (um dos centros de balés mundiais) que percebe uma reviravolta em sua vida, quando tem a oportunidade de interpretar a Rainha dos Cisnes. Para ela, interpretar Odette não tem msitério, ela possui as características virginais e ingênuas da personagem, mas Odille é um verdadeiro tormento para ela, uma vez que seu foco sempre foi a perfeição.
"Nina é conduzida de tal forma pelo papel que interpreta que não consegue perceber os limites entre sonho e realidade, que começam a definir sua vida. Aos poucos, seu destino se sobrepõe ao enredo de “O Lago Dos Cisnes”. Seu lado negro, exemplificado pela essência de sua feminilidade, aflora e toma conta de sua personalidade sem que ela consiga controlá-lo. Dá-se inicio a uma metamorfose (física, mental, imaginativa, real, ou todas ao mesmo tempo) que conduzirá a protagonista a conflitos que levarão, personagens e plateia, a um destino perturbador." (Pipoca Moderna, Uol)
Identificar-se com a personagem não é tão dificil quanto parece, Natalie (acredito que em sua melhor atuação) consegue nos arrebatar para Nina de uma maneira quase surreal. Ela emagreceu, fez aulas de dança para adiquirir a postura e o desenho esguio de uma bailarina e ainda por cima, nos encanta e pertuba ao mesmo tempo.
Surpreende-nos um jogo psicológico em que cada personagem é uma faceta psicológica da personagem principal, sua mae, superprotetora é a sua faceta frágil e em busca constante da perfeição; Beth (ex bailarina que interpretava a Rainha dos Cisnes antes de Nina) é a representação ácida e cruel do seu futuro e de seus medos, por fim temos Lily (Mila Kunis) que é a representação do selvagem de Nina, o seu Cisne Negro.
E mais ainda a força que nos impulsiona a não tirar os olhos da tela. Sentimos todos os arranhões, os machucados, os prazeres, as quedas de Nina. Confundi-nos os passos, e as reviravoltas apavorantes que o filme toma. Pegamos sustos e nos encontramos completamente extasiados com a mistura de arte e pavor.

Nos perguntamos até que ponto ela é doente e até que ponto uma doença se instala nela. Pegamos-nos questionando se de fato é tão distante de nós esta luta pela Odette, de maneira que deixamos de lado a nossa Odille. é um misto de sonho e realidade que surpreende, assusta e seduz; nos fazendo querer saber, afinal de contas, quem é o cisne negro, o branco ou cinza.
link curto para o post: http://migre.me/3SgwR

Aquele Sorriso

Muita gente nao gosta deste filme. Eu, me encontro em um limiar bastante suspeito por adorar o trabalho de todas as atrizes que participam dele, mas mais do que isso, eu adoro essa história.
O Sorriso de Monalisa foi chamado, pela crítica, de A sociedade dos poetas anonimos para mulheres, e meio que lembra mesmo. Um docente que é capaz de mudar um pouco da visão de seus alunos através de uma forma nova de se pensar em educação.
De fato é um tema um pouco batido, mas a história é bonita e devo dizer que o roteiro me marcou significativamente. 


Katherine Watson: "Carcassa", de Soutine, 1925. É bom? [pausa] Vamos meninas, não ha respostas erradas. Não há um livro dizendo a vocês o que pensarem. [pausa] Não é tão fácil, né?!
Betty Warren: Certo, NÃO! Não é bom. De fato não deveria nem mesmo ser chamada de arte. É grotesco!.
Connie Baker: Há alguma regra contra arte ser grotesca?
Giselle Levy: Eu já acho que existe algo de agressivo. E erótico.
Betty Warren: Para você, tudo é erótico!
Giselle Levy: Mas tudo É erótico!
Susan Delacorte: Não há padrões?
Betty Warren: Claro, de outra maneira um quadro ridículo de veludo seria  igual ao Rembrandt!
Connie Baker: Hey, meu tio Ferdie tem pinturas assim. Ele ama aqueles palhaços!
Betty Warren: Há padrões! Técnica, composição, cor, até mesmo um objetivo! Então se você está sugerindo que um troço de carne é arte, mais ainda boa arte, então o que vamos aprender aqui?!
Katherine Watson: Isto mesmo. Você acabou de descrever nossa ementa, Betty. Obrigada. O que é arte? O que faz dela boa? E quem decide?
__

[sobre Vincent van Gogh]
Katherine Watson: Ele pintava o que sentia, não o que via. As pessoas não entendiam, para eles pareciam infantilizados e mal feitos. Levou anos até que as pessoas reconhecessem-no como uma técnica moderna. A intenção era perceber como o seu se movia, para isso ele usava pinceladas pesadas. Mesmo assim, ele nunca vendeu um quadro em vida. [caminhando com elas pela sala] Este é o quadro do seu auto-retrato. Reparem. Não ha camuflagem, nem romance. E agora, 60 anos depois...onde eles está?
Giselle Levy: Famoso.
Katherine Watson: Fato! Tão famoso que todos tem alguma reprodução de seus quadros. Existem cartões postais.
Connie Baker: Calendários.
Katherine Watson: E assim por diante. Com as técnicas de reprodução de arte, estando disponíveis ao grande público. Ninguém precisa ser o Van Gogh para ter um quadro dele. Você pode pintar um. "Van Gogh em uma caixa". [ela pega uma caixa] Pintando por números.
Connie Baker: [lendo a caixa] "Agora todos podem ser Van Gogh. É fácil. Siga as instruções e em minutos, você estará no caminho para se tornar um artisa."
Giselle Levy: Van Gogh por números?
Katherine Watson: Ironico, não? Olhe o que fizemos com o homem que se recusava a mudar de ideais pelo conformismo popular. O homem que se recusou a comprometer sua integridade. Nós o colocamos em uma caixa e ensinamos a pintar "como" ele.
__

Katherine Watson: Desde o seu casamento você perdeu seis classes, um trabalho e o teste de meio semestre.
Betty Warren: Eu estava na minha lua de mel, e então arrumando a casa. O que você espera?
Katherine Watson: Presença.
Connie Baker: [timidamente] A maioria dos docentes não ligam quando as casadas perdem uma ou duas classes.
Katherine Watson: Então por que nao se casam como calouras? Assim você não precisa nem comparecer às classes para ter seu diploma.
Betty Warren: Não ofenda nossas tradições por que você é subversiva!
Katherine Watson: Não ofenda esta classe só por que você é casada!
Betty Warren: Não me desrespeite por que você não é.
Katherine Watson: Venha as aulas, faça seus trabalhos, ou eu irei lhe reprovar.
Betty Warren: Se você me reprovar, haverão consquências.
Katherine Watson: Você está me ameaçando??
Betty Warren: Estou lhe ensinando.
Katherine Watson:[ironicamente] Este é o "meu" trabalho.
__

Katherine Watson: Aqui diz que você cursa o pré-direito. Que escola de direito você pretende ir?
Joan Brandwyn: Eu nunca pensei seriamente sobre isso. Depois de me formar pretendo casar-me.
Katherine Watson: E então?
Joan Brandwyn: [confusa] E então...Eu estarei casada.
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Joan Brandwyn: Eu tenho um segredo para você...fui aceita na turma antecipada de direito da Yale.
Betty Warren: Para o que? Porque? Você não quer ser uma advogada!
Joan Brandwyn: Talvez eu queira.
Betty Warren: Você não iria sem me contar...mas, você realmente se inscreveu?
Joan Brandwyn: Sim, mas nao tinha esperanças. Nunca pensamos que eu entraria.
Betty Warren: Quem é nós?
Joan Brandwyn: Miss Watson. Ela praticamente preencheu a ficha para mim [rindo].
Betty Warren: Você só pode está de brincadeira. Que direito ela tem? Você vai se casar!
Joan Brandwyn: Primeiramente, não há nenhum anel neste dedo aqui. Segundamente, eu posso fazer os dois. Eu posso!
Betty Warren: Você está bem perto de ter tudo o qeu sempre quis. E está bem pertinho de perder!
__

[sobre Mona Lisa]
Betty Warren: [ironicamente] Olhe mamae. Ela está sorrindo. Ela está feliz?
Mrs. Warren: O importante é não dizer a ninguém.
Betty Warren: Ela parece feliz, certo, então isto é tudo que importa?
__

Katherine Watson: Eu fiz uma pesquisa. Existem sete escolas de direito ha 45 minutos de Philadelphia. VocÊ pode estudar e ainda colocar o jantar as 17h.
Joan Brandwyn: Já é tarde.
Katherine Watson: Nao, algumas ainda aceitam inscrições! Agora, eu estava um pouco chateada, preciso dizer. Quando Tommu veio até mim e disse que tinha aceito em Penn. Pensei, oh meu Deus, o destino dela está selado! E ela trabalhou tanto por isso!" mas então eu pensei que você nao precisa desistir! Você pode açar o bolo e comê-lo! É maravilhoso!
Joan Brandwyn: Estamos casados. Fugimos e nos casamos no fim de semana. Acontece que ele estava temoroso com uma cerimônia grandiosa, então fizemos algo pela energia do momento. Muito romântico.
[Katherine chocada]
Joan Brandwyn: Foi a minha escolha. De não ir para Yale. Ele teria me dado suporte.
Katherine Watson: Mas você nao precisa escolher!
Joan Brandwyn: Nao, eu preciso sim. Eu quero um lar, quero uma família! E isto que eu nao quero sacrificar.
Katherine Watson: Ninguém está lhe dizendo para sacrificar isto, Joan. Eu só acho que você precisa entender que pode fazer os dois.
Joan Brandwyn: Você acha que eu vou acordar um dia e me arrepender de não ter querido ser uma advogada?
Katherine Watson: Sim, acho que você se arrependerá.
Joan Brandwyn: Nao tanto quanto eu me arrependeria de não ter uma família, de não vê-los crescer. Eu sei exatamente o que eu estou fazendo e nao me faz menos inteligente por isto. [pausa] Isto está lhe parecendo muito ruim, nao?!
Katherine Watson: Eu nao disse isso.
Joan Brandwyn: Claro que disse. Você sempre diz. Você sempre nos diz para olharmos por sobre a imagem, mas você não o faz. Para você, uma dona de casa é alguém que vendeu a sua alma para uma vida colonial. Alguém que não tem intensidade, ou intelectualidade ou mesmo interesses. Você é a pessoa que disse que eu poderia fazer tudo o que quisesse, é isto que quero!
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Betty Warren [lendo]: "Querida Betty, eu vim a Wellesley pois eu queria fazer a diferença. Mas para mudar pelos outros é o mesmo que mentir para si mesmo.”
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Betty Warren: Minha professora, Katherine Watson, viveu em sua própria definição e não iria compromoter isto, nem mesmo para Wellesley. Eu dedico este, meu ultimo editorial, para esta extraordinária mulher, que virou meu exemplo e que nos tocou a todos, fazendo-nos ver o mundo com novos olhos. Até o tempo em que lerem isto, ela estará no caminho de volta para a Europa, onde eu sei que ela vai encontrar novas barreiras para serem ultrapassadas e novas ideias para serem transmitidas. Ouvi pessoas chamando-a de covarde por ter deixado a universidade, em um caminho sem alvo. Mas nem todos os que viram andarilhos são covardes, especialmente aqueles que buscam a verdade dentro da tradição, apesar de definições e por dentro de imagens. Eu nunca lhe esquecerei.
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